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Análise

Protesto serve de alerta ao governo, que tenta minimizar dificuldade econômica

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

As vaias de ontem, recebidas por uma presidente Dilma com o semblante carregado, talvez sirvam para que sua equipe reflita um pouco mais sobre o que está ocorrendo no país e pare de simplesmente acusar a oposição de criar uma "situação irreal" da economia brasileira.

Vaiada três vezes na abertura da Copa das Confederações, Dilma encerrou uma semana na qual não escondeu sua irritação com as críticas de que o Brasil passa por um momento ruim, com inflação alta, dólar pressionado e crescimento fraco.

Em público e reservadamente, ela e sua equipe acusavam seus opositores de "vendedores do caos" e de "velhos do Restelo", personagem do poeta português Luís de Camões que simboliza o pessimismo.

Na visão do governo, o país é outro. A inflação vai cair, o desemprego continuará baixo e o crescimento será maior neste ano. O tom de irritação chegou a tal ponto que não há espaço para autocrítica, só para ataques ao "terrorismo informativo".

As vaias de ontem, porém, só reforçam os sinais de insatisfação em alguns setores do país emitidos e captados ao longo de toda a semana, mas que o governo se recusava a admitir ou procurava diminuir sua importância.

O Datafolha mostrou no domingo, por exemplo, queda de oito pontos na popularidade presidencial. Recuo generalizado diante do pessimismo do brasileiro em relação ao futuro da economia.

Durante a semana, manifestações em São Paulo e no Rio tornaram-se cenário de depredação e de confronto entre policiais e manifestantes, revelando um sentimento difuso nas principais cidades do país, propício para novos protestos.

É fato que o país não está uma tragédia. Se a inflação não sair do controle e continuar recuando, Dilma seguirá favorita na eleição presidencial do ano que vem.

Mas o clima no país já indica que a campanha de 2014 não será um passeio como imaginavam os petistas. E que parte dos eleitores estão, sim, insatisfeitos com os rumos do governo Dilma.

Sem falar que o cenário mundial pode jogar contra.


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