Folha de S.Paulo

Lionel Messi é indiciado pela Justiça por fraude

DE SÃO PAULO

A Justiça da Espanha indiciou formalmente o argentino Lionel Messi e seu pai, Jorge, por suspeitas de fraude ao fisco. O astro do Barcelona foi chamado a prestar depoimento no dia 17 de setembro.

Segundo a promotoria, teria sido sonegado um valor superior a € 4 milhões (cerca de R$ 11,4 milhões). O jogador é um dos atletas mais bem pagos do planeta, com salário de pouco mais de US$ 20 milhões (cerca de R$ 42 milhões) por temporada, segundo a revista "Forbes". Messi também ganha em torno de US$ 21 milhões (R$ 44,1 milhões) de patrocinadores.

Por meio de um comunicado, a promotoria explicou que "para seguir com a investigação serão feitos procedimentos padrão, como a tomada de testemunhos para esclarecer se houve um crime".

Especialistas apontam que, se o argentino for considerado culpado, a punição é uma multa no valor de 150% da quantia ocultada e entre dois e seis anos na prisão.

Messi e o pai terão de comparecer pessoalmente e a sessão será fechada ao público.

A corte aceitou as acusações da promotoria de que ganhos financeiros com a imagem de Messi foram ocultadas das autoridades espanholas por meio de um esquema.

Ele teria fraudado o fisco em ganhos relativos ao uso de sua imagem pela Academia Aspire, no Qatar, e de uma viagem com colegas de Barcelona no Uzbequistão.

Messi negou que tenha quebrado a lei. Sua declaração foi corroborada pelo presidente do Barcelona, Sandro Rosell, e por seu antecessor, Joan Laporta, que estava à frente do clube no período.

Entre os patrocinadores citados na denúncia estão o próprio Barcelona, Adidas, Danone, Konami, Procter & Gamble, Pepsi e Telefonica.

"Isso não afeta em nada a imagem ou a performance do Messi. Mas é um sinal de alerta para o planejamento tributário de atletas que têm uma nacionalidade e trabalham em outro país. Foi o que ocorreu com o Maradona na Itália", analisa Pedro Trengrouse, professor da Fifa Master.