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Fora do comum
Nigéria dificulta no 1º tempo, mas Espanha faz 3 a 0 e terá italianos como rivais na semifinal
Por 45 minutos, a Nigéria mostrou que é, sim, possível fazer frente à Espanha. Nos outros 45 minutos, os campeões mundiais provaram que é quase impossível segurá-los durante um jogo todo.
Numa partida em que precisou até abdicar do seu estilo e que teve um lateral esquerdo como artilheiro, a equipe europeia derrotou a africana por 3 a 0, em Fortaleza, e terminou a primeira fase como líder do Grupo B.
Com três vitórias em três jogos, adiou o possível e esperado encontro com o Brasil para a final ou uma decisão de terceiro lugar. Sua adversária na semifinal será a Itália, na quinta-feira.
O triunfo sobre a Nigéria teve um placar maior do que o da estreia (2 a 1), mas a Espanha nem de longe demonstrou a mesma superioridade exibida contra os uruguaios.
O gol de Jordi Alba, que invadiu a área e driblou dois adversários antes de abrir o marcador, logo aos 3 min, deu uma impressão equivocada de como seria o atípico primeiro tempo no Castelão.
A Nigéria mostrou uma forma de como travar o badalado futebol da Espanha. Jogou com marcação adiantada, correu demais, forçou as divididas e fez com que a campeã mundial trocasse os passes curtos pelas bolas longas.
Foi para o intervalo com 46% de posse de bola, uma enormidade em confrontos contra a seleção que mais tempo passa com ela no pé. E só atrás no placar por incompetência dos atacantes.
A torcida, toda favorável aos nigerianos e que chegou a levar cartazes provocando a cantora colombiana Shakira, mulher do zagueiro espanhol Gerard Piqué, gostou.
Mas veio o segundo tempo, o vigor africano diminuiu e a Espanha mostrou outra das razões que a fizeram a equipe mais respeitada da atualidade: um elenco de estrelas.
Se Fàbregas e Soldado vinham mal, Vicente del Bosque tinha David Silva e Fernando Torres para lançar.
E os dois seriam determinantes para o segundo gol. O meia do Manchester City recebeu e tocou de primeira para Pedro cruzar na cabeça do centroavante do Chelsea.
Com o quinto tento (quatro sobre o "café com leite" Taiti), Torres se manteve como artilheiro da competição.
Mas a tarde não pedia um goleador típico, mas sim um incomum: Jordi Alba, lateral esquerdo do Barcelona.
O jogador foi o alvo de lançamento de mais de 50 metros de Villa e mostrou tranquilidade digna de centroavante para driblar o goleiro e marcar pela segunda vez.