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PVC na Copa

Boa memória

Evaristo de Macedo foi um dos convidados para o jantar da seleção brasileira ontem à noite. Técnico de passagem relâmpago pela CBF em seis jogos de 1985, Evaristo tem história com a camisa amarela nos tempos de jogador. É o recordista de gols em uma única partida, com cinco anotados nos 9 x 0 sobre a Colômbia em 1957.

O convite a Evaristo faz parte de uma agenda montada na primeira passagem pelo Rio, antes do amistoso contra a Inglaterra.

A agenda começou quando Parreira assistiu a uma entrevista de Zagallo produzida para um documentário de um dos patrocinadores da CBF. Zagallo queixava-se do esquecimento. Queria um telefonema, uma lembrança...

Ao ver o depoimento, Parreira revelou que Felipão já tinha a ideia de homenagear craques do passado. Zagallo foi o primeiro convidado. Ao entrar na sala de jantar, foi recebido com aplausos de pé dos atuais jogadores.

Duas semanas depois, em Brasília, Cafu entrou no gramado do Mané Garrincha a convite de Felipão. Antes do último treino para a estreia na Copa das Confederações, conversou com os jogadores no meio da roda. Também recebeu aplausos efusivos.

Penta em 2002, Gilberto Silva conviveu com os atletas em Belo Horizonte. Ricardo Rocha, tetra em 1994, esteve no Rio junto com Evaristo.

O objetivo dos convites não é apenas homenagear antigos campeões. É envolver os jogadores e fazê-los entender que terão lugar na mesma galeria dependendo do esforço para ganhar taças hoje.

Pode-se discutir a estratégia. As homenagens, não. Há décadas, reclama-se de um país sem memória. A seleção finalista da Copa das Confederações não está pronta, mas tem conquistas indiscutíveis neste mês.

O respeito pela memória do futebol brasileiro é uma delas. A relação mais íntima com a torcida, como há décadas não se via, é outra. O hino cantado a plenos pulmões é um exemplo. Nos anos 70 e 80, reclamava-se dos jogadores perfilados e mudos, como se escutassem o hino da Espanha, que não tem letra.

"Não vi momento assim em 20 anos assistindo futebol por diversos países", disse o repórter Juan Ignácio Ochoa, do diário "Marca", de Madri.

Nada disso valerá se o objetivo final não for atingido: a Copa do Mundo. O torneio atual é um meio para chegar a 2014 mais forte, não o fim.

É bom recordar disso. Boa memória nunca fez mal a ninguém. Principalmente quando se lembra de quem construiu o respeito que até a Espanha, campeã mundial, tem pelo Brasil.


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