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Espanha de hoje só perde no ataque para Brasil de 82, diz Zico

Ex-jogador afirma que seleção de Telê Santana, que terminou Mundial em 5º, tinha mais poder de finalização

RAFAEL VALENTE DE SÃO PAULO

Líder de uma geração que inspirou o futebol brasileiro e espanhol, Zico, 60, está otimista com a seleção do técnico Luiz Felipe Scolari na Copa das Confederações.

Em entrevista à Folha antes de Brasil e Espanha passarem à final, ele disse que a equipe brasileira encontrou uma forma de jogar.

Zico apontou semelhanças entre a Espanha de hoje com o Brasil da Copa-1982, quando a seleção encantou o mundo sem ter sido campeã. Ainda analisou as manifestações populares e a atuação do deputado federal Romário.

Folha -- Qual sua avaliação da seleção no torneio?

Zico -- A melhor possível. Jogou, convenceu e ganhou com autoridade. O conjunto tem se sobressaído, e os talentos como Neymar e Fred têm tido boas participações. O time aproveitou muito bem o fator casa, procurando o gol desde o início. Isso aproximou o público da seleção.

Já está pronta para a Copa?

É difícil prever. Falta um ano. O grupo parece quase definido. O importante é que o Felipão conseguiu dar uma cara para essa seleção.

A geração atual da Espanha diz que se inspirou no Brasil de 1982. O que acha disso?

Interessante. A Espanha se preocupa em entrar em campo e jogar. Algo que o Telê [Santana, técnico em 1982] nos pedia. Mas tem uma diferença. O Brasil chegava mais rápido ao gol, fazia lançamentos. Eles seguram a bola, trocam mais passes. Também tínhamos jogadores com mais poder de finalização.

O Brasil deveria tentar desenvolver esse mesmo estilo?

O estilo de jogo deles me agrada. Um time que é superior em posse de bola, faz poucas faltas, temos de tirar o chapéu. Mas para jogar dessa forma é preciso ter jogadores com essas características. Também é preciso adaptá-los para fazer esse tipo de jogo. Hoje, não temos essa característica. E o Felipão encontrou um bom jeito de jogar.

O que o Brasil poderia fazer para enfrentar a Espanha?

Uma saída é marcar mais em cima, avançando o time, para tirar a bola. Pressionar e obrigar eles a darem chutão. O Brasil tem feito isso no início dos jogos e deu resultado.

Qual sua avaliação sobre a organização do torneio?

Boa. Estádios cheios, torcida participativa. O brasileiro deu uma prova do amor que tem pelo futebol. E isso ocorre em meio às manifestações populares, provando que o povo não tem nada contra o futebol e a seleção.

É a favor das manifestações?

Totalmente. São decorrentes de tudo de errado que ocorre no país. Falo da impunidade, da corrupção, da falta de transparência nos gastos da Copa do Mundo.

Aprova a atuação que o Romário tem como político?

Ele fala com convicção, demonstra com números. Está correspondendo os que apoiaram ele. Tem de ser assim. O brasileiro tem de ser mais atuante e participativo.


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