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Máquina

Para superar a fragilidade física, Xavi 'passa o jogo pensando' e comanda o rápido time da Espanha

DOS ENVIADOS AO RIO DO RIO

"Maki", gritam os companheiros de Xavi no Barcelona e na Espanha quando querem pedir um de seus passes.

O apelido é abreviação de "máquina", jeito de chamar o meia de 33 anos, cérebro do clube e da seleção ganhador de tudo nos últimos anos.

É Xavi quem faz a Espanha jogar. Por ele passam todas as trocas de passes do rival do Brasil hoje no Maracanã.

"Preciso tocar na bola cem vezes por jogo. Se fico dois minutos sem a bola, começo a gritar feito louco", costuma dizer. "Se tocar a bola só 50 vezes, volto ao vestiário pronto para matar alguém."

Nesta Copa das Confederações, Xavi pode dizer que está feliz. Nas três partidas em que atuou, deu em média 98 passes e acertou 90% deles.

Para ele, o fato de jogar contra o time da casa, no Maracanã lotado, não vai inibir a principal característica da Espanha, que é ter o domínio de bola e mandar no jogo.

"Temos uma filosofia clara e que tem sido bem-sucedida: passa por manter o controle da bola e ser o protagonista da partida", disse ontem.

Xavi afirmou que as dificuldades na semifinal contra a Itália --vencida nos pênaltis-- veio justamente da falta de posse de bola, por causa da boa marcação italiana.

"Vamos tentar manter mais o controle da bola, que é como nos sentimos cômodos."

Sobre a seleção brasileira, disse que os dois times "são parelhos" e elogiou a aplicação tática dos jogadores sob o comando de Felipão.

"No Brasil, eu destacaria a marcação, tanto na defesa quanto no ataque. Scolari é um treinador que trabalha muito bem o sistema tático, vai ser um jogo difícil."

INÍCIO COMPLICADO

Nem sempre foi fácil para Xavier Hernández i Creus, jogador de 1,70 m que começou como primeiro volante, trombando com gente bem maior. "Tecnicamente sou bom, tudo bem, mas não sou nem forte nem rápido. Então o que me salva é pensar rápido. Passo o jogo todo pensando."

Xavi é um produto da base do Barcelona. Quando surgiu, no fim dos anos 90, teve que disputar espaço com Guardiola, então jogador e ídolo.

"Aquilo foi muito difícil."

O volante explodiu com a chegada de Frank Rijkaard ao Barcelona, em 2003, que o escalou em sua posição certa. Virou também um líder fora de campo. Em 2010, antes da Copa do Mundo, o time espanhol ouviu uma palestra do ex-árbitro argentino Horácio Elizondo sobre "fair play" e a interpretação das regras.

Ele mandou o recado: "Diga a Joseph Blatter [presidente da Fifa] que os campos não estão sendo molhados, que a grama está alta demais e que isso é um presente para o futebol defensivo."

A Espanha perdeu na estreia para a Suíça (1 a 0) e, a partir dali, quase sempre com Xavi, nunca mais foi derrotada em jogos oficiais.


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