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Autuori acumula fiascos após Mundial
FUTEBOL
De volta ao Morumbi depois de 8 anos, técnico só ganhou títulos no Qatar depois de deixar o São Paulo
Ao escolher Paulo Autuori, 56, como substituto de Ney Franco, a diretoria do São Paulo priorizou a história vitoriosa que o treinador possui no clube e ignorou os últimos anos de sua carreira.
Treinador das duas maiores conquistas do time paulista pós-Telê Santana --a Libertadores e o Mundial de Clubes de 2005--, o carioca não emplaca um bom trabalho no Brasil desde sua saída do Morumbi, oito anos atrás.
Nesse tempo todo, levantou apenas dois troféus, ambos da Copa do Emir, o segundo torneio em importância do incipiente futebol do Qatar, quando dirigia o Al-Rayyan.
No futebol brasileiro, foram três tentativas. Nenhuma com grandes resultados.
Em 2007, dirigiu o Cruzeiro durante quatro meses. Eliminado da Copa do Brasil pelo Brasiliense, pediu demissão ao ser goleado por 4 a 0 pelo Atlético-MG na primeira partida da final do Mineiro.
Autuori voltou ao país dois anos depois para comandar o Grêmio e decepcionou de novo. Com um time quase imbatível em casa e que mal pontuava fora, desligou-se do clube antes do fim do Brasileiro após proposta milionária para voltar ao Qatar.
No Vasco, clube que deixou no começo da semana, foram só três meses. O treinador pediu para sair devido a um acordo com jogadores e funcionários de que pediria demissão se os salários atrasados não fossem quitados.
"Era meu compromisso com eles. Tomei a posição natural, se não perderia a credibilidade com eles", justificou.
Apesar da ausência de títulos e de bons trabalhos recentes, Autuori disse ter confiança de que vai conseguir recuperar o São Paulo.
"Sou contra quem fala que não tenho mais nada a provar. Sempre tenho algo a provar para mim. A minha luta é comigo mesmo", completou
Campeão brasileiro com o Botafogo em 1995 e vencedor da Libertadores de 1997 liderando o Cruzeiro, o comandante são-paulino nunca teve trabalhos de mais de um ano de duração no Brasil.
Mesmo assim, o clube do Morumbi lhe ofereceu um contrato longo, válido até o fim de 2014. Seu salário será semelhante ao de Ney Franco, antecessor no cargo, em torno de R$ 280 mil por mês.
Autuori leva à comissão técnica do São Paulo o auxiliar Renê Weber e o preparador físico Gilvan Santos
Seu primeiro ato foi revelado na entrevista de apresentação e pôde ser visto no treino de ontem: o volante Fabrício, afastado do elenco desde a eliminação da Libertadores, dois meses atrás, voltou a trabalhar com o time principal e está à disposição.
Sua estreia será neste domingo, contra o Vitória, em Salvador, pela sétima rodada do Brasileiro. A primeira partida em São Paulo será o clássico contra o Corinthians, quarta, na volta da Recopa Sul-Americana.