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Paulo Vinícius Coelho

São Paulo Autuori

Ao chegar ao CT, o novo técnico do time ouviu de um dirigente que vai 'apanhar pra cachorro'

Uma das primeiras frases ouvidas por Paulo Autuori ao chegar ao Centro de Treinamento do São Paulo, quinta-feira, foi: "Você vai apanhar pra cachorro!" A observação de um dirigente são-paulino dizia respeito ao clamor das arquibancadas por Muricy Ramalho e pela emergência de voltar a vencer.

São quatro derrotas seguidas no Morumbi, sequência inédita na história do estádio. Sete partidas sem vitória, a última em 29 de maio!

"No seu lugar, eu não teria assinado o contrato", brincou o dirigente. Autuori escutou com sabedoria, a ponto de dar a resposta em bom som durante a entrevista coletiva: "Não vim para ser amado. Vim para ser campeão!"

Autuori foi escolhido por seu curto período no clube, em 2005, e pelo que Muricy não fez em sua longa passagem entre 2006 e 2009.

Mais pelo que Muricy não fez: aproveitar a base.

Juvenal Juvêncio guarda na memória o volante Denílson triste, pedindo para ir embora, porque não entrava no ônibus do time principal. Guarda também ter dado o conselho de usar mais o meia Oscar e ter ouvido de Muricy que o garoto era franzino demais.

Denílson voltou, mas custou caro. Oscar rescindiu contrato, foi para o Inter e o Morumbi só recuperou parte do dinheiro depois de longa batalha judicial.

Autuori aparenta representar o trabalho a longo prazo e a integração com a base. A contradição é nunca ter feito um trabalho em clube grande do Brasil por mais de um ano. Num curto período, Autuori terá a missão de extrair o rendimento esperado de quatro jogadores fundamentais. O diagnóstico interno é que o São Paulo perde porque Lúcio falha, Luis Fabiano perde gols, Ganso desperdiça passes e Rogério não defende como antes.

Ou Autuori muda o desempenho deles ou muda a escalação. Porque o São Paulo dos últimos tempos muda o técnico -são sete desde a demissão de Muricy, em 2009.

No primeiro dia, Autuori disse confiar na recuperação dos quatro líderes, conversou com Ganso e elogiou Luis Fabiano. Entre os quatro, a maior distância está entre a grande área habitada por Rogério Ceni e a outra, onde mora Luis Fabiano.

Na quinta, Juvenal Juvêncio leu a lista dos 16 técnicos do Corinthians entre 2003 e 2013. Terminou com a constatação de Tite estar no comando corintiano pelo mesmo período de três anos que Muricy passou no São Paulo. Não por coincidência, o Corinthians ganha títulos hoje com a frequência são-paulina de antes. É inversamente proporcional a quantidade de treinadores.

Impossível dizer se o ovo nasceu antes da galinha.

O técnico é estável porque o time ganha ou o time ganha porque o técnico tem estabilidade?

Mais fácil sacramentar que o São Paulo vencia quando era estável e não vence na instabilidade.


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