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Fábio Seixas

Resta um

Entre os 19 novatos que encerram hoje os testes em Silverstone, não há nenhum piloto brasileiro

O que você vai fazer no final de semana de 28 e 29 de setembro?

Provavelmente não sabe. Está longe ainda, normal, sem crise.

O motivo da pergunta é um convite para esses dois dias, que repousa na minha mesa há algumas semanas. Recebi-o ao comprar um modesto chaveiro na loja da Renault na Champs-Élysées, numa passagem-relâmpago por Paris. Guardei-o por curiosidade.

Convida para o circuito de Paul Ricard, com acesso à arquibancada e ao paddock.

Haverá corridas de F-Renault 3.5, de F-Renault 2.0, de Méganes e de Clios. Haverá demonstrações com o carro da Red Bull, espetáculo de acrobacias aéreas e dois shows com pilotos fazendo manobras na pista. Haverá espaço para as crianças brincarem acompanhadas de monitores, cinema com desenhos animados, exposição de carros antigos, aulas de educação no trânsito.

Se você gosta de carros, mora na França e recebe um ingresso desses, no mínimo pensa a respeito. Nada mal para uma escapada da cidade num final de semana distante. Dá para planejar, colocar pilha na criançada, chamar os amigos...

Foi automático lembrar do convite à medida que as equipes de F-1 anunciavam as escalações para os testes de novatos. A bateria de treinos termina hoje, em Silverstone.

São 19 garotos, a grande maioria vinda da GP2 e da GP3. Tem cipriota, russo, japonês, italiano, dinamarquês, português. Tem francês, claro. Tem dois venezuelanos, dois espanhóis e um monte de ingleses.

E não há, entre os jovens, nenhum brasileiro. As duas coisas estão ligadas. Causa e efeito.

Esta coluna já tratou do resgate do automobilismo francês. O mérito é da federação, que promove seletivas e tira dinheiro do cofre para patrocinar seus jovens destaques mundo afora. Em 2010, não havia nenhum piloto francês na F-1.

Hoje são quatro: Bianchi, Pic, Vergne e Grosjean. Há ainda forte apoio das montadoras. E circuitos bons aos montes: Paul Ricard, Magny-Cours, Nogaro, Le Mans, Dijon-Prenois... Eventos como o do convite que recebi são rotineiros.

No Brasil, as condições para o surgimento e desenvolvimento de pilotos foram caindo, uma a uma. As montadoras há tempos esqueceram os campeonatos de base como ferramenta de marketing.

Os autódromos via de regra são mal conservados e alvo da especulação imobiliária: depois de Jacarepaguá, o próximo a desaparecer será o de Curitiba. A confederação é de passividade irritante: não há como fazê-la entender que seu papel vai além da emissão de carteirinhas.

O resultado está aí. Dos 53 pilotos disputando as duas categorias imediatamente abaixo da F-1, só há um brasileiro, Felipe Nasr. Que não foi sondado por nenhuma equipe para Silverstone.

C'est fini.

fseixasf1@gmail.com


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