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Brasileiras fazem 'jogo de equipe' e dominam pódio

MARATONA AQUÁTICA
Poliana Okimoto e Ana Marcela atingem dobradinha inédita no Mundial de Barcelona

DE SÃO PAULO

Juntas braçada a braçada pelo mar de Barcelona. Juntas no pódio, medalha no peito. Juntas na redenção.

Poliana Okimoto, 30, e Ana Marcela Cunha, 21, conquistaram ontem a primeira dobradinha do Brasil em Mundiais de Esportes Aquáticos. O ouro de Poliana foi também o primeiro do país nos 10 km da maratona.

A brasileira completou o percurso em 1h58min19s. Ana Marcela chegou 0s3 atrás.

Juntas, já haviam ido ao pódio dos 5 km --que não é prova olímpica--, mas daquela vez, com prata e bronze.

Ao sair da água, Poliana foi às lágrimas. Desabafou um ano após abandonar a disputa da Olimpíada de Londres por causa de uma hipotermia.

"A gente se esforça tanto todos os dias nos treinos, são anos de dedicação. Estou emocionada, pois muita gente se esforça tanto por um objetivo e ele às vezes não vem. Eu consegui", afirmou a também medalhista de bronze no Mundial de Roma-2009.

"Imagine você ser uma atleta olímpica e ser forçada a levantar o dedo e pedir pra sair de uma prova? Foi duríssimo", disse Ricardo Cintra, marido e técnico da atleta, referindo-se à prova em 2012.

Ao lado de Poliana, Ana Marcela também sentia alívio. Dois anos antes, no Mundial de Xangai, havia chegado em 11º nos 10 km e fracassado na tentativa de se classificar para a Olimpíada.

"Assisti a tudo [Jogos de Londres] pela televisão. Então para mim também é um recomeço", disse a atleta.

Para chegarem ao pódio juntas, as brasileiras fizeram "trabalho de equipe".

Poliana não costuma largar na frente para "puxar a fila" durante as competições. Mais magra e menor que a média das rivais, ela tenta evitar o contato físico.

Ana Marcela também não consegue imprimir ritmo forte desde o início, é uma atleta mais de resistência --em 2011, ganhou os 25 km.

Na água calma do mar de Barcelona, no entanto, elas decidiram logo se atirar perto das nadadoras que saíram no pelotão da frente.

"Tracei uma estratégia com meu técnico que foi de não ficar muito atrás. Nos últimos 500 m tudo pode acontecer", afirmou a campeã.

"Então, quando vimos que estávamos as duas na frente, nadamos muito forte e fizemos uma espécie de parede, de bloqueio para que ninguém passasse por nós, o que já tentamos antes e não tinha funcionado", completou.

Ana Marcela voltará à água na madrugada de sábado para a prova dos 25 km.

Terá como rival a alemã Angela Maurer, 37, terceira colocada nos 10 km, ontem.

"Independentemente da medalha de prata, o Brasil ganhou ouro, o que prova que nosso treino foi muito bom. Estamos bem rumo a 2016 [nos Jogos do Rio]. E, se em Copacabana isso se repetir, com medalhas olímpicas, vou ficar muito feliz também", afirmou Ana Marcela.


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