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Ouro nos 100 m, Fonteles ganha impulso para 2016

PARA-ATLETISMO
Biamputado vence a 2ª no Mundial, fala em outros recordes e recebe mais apoio rumo ao Rio

PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

Os dois ouros que Alan Fonteles, 20, já obteve no Mundial Paraolímpico de atletismo em Lyon (FRA), nesta semana, são parte de um plano para torná-lo o grande astro dos Jogos do Rio.

O velocista, que compete na classe T43 (para biamputados), recebe investimento pesado do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) desde que bateu o sul-africano Oscar Pistorius nos 200 m da Paraolimpíada de Londres.

Segundo a Folha apurou, ele tem rendimento mensal que pode chegar a R$ 50 mil, entre salário e patrocínios.

Também tem à sua disposição um time multidisciplinar com médico, nutricionista e fisioterapeuta.

A psicóloga Regina Brandão, que trabalhou com a seleção brasileira de futebol na Copa-2002, também faz parte da equipe. Uma preocupação do estafe de Fonteles é lidar com a pressão que receberá até os Jogos do Rio-2016.

"Estamos amarrando' o Alan em várias funções. Mas o principal trabalho é na formação psicológica, porque ele vai ser muito visado", disse Ciro Winckler, coordenador da seleção brasileira.

Além da parte mental, houve ênfase no físico e na técnica. Após Londres, ele teve aumento de 4% em sua massa muscular. "E vamos melhorar isso", disse Winckler.

O salto foi instantâneo, com ganhos de até meio segundo em tiros nos treinos. Em junho, bateu o recorde mundial dos 100 m --10s77.

No domingo, já no Mundial, melhorou em 64 centésimos o recorde dos 200 m, que pertencia a Pistorius, e fez 20s66. Com essa marca, ele seria semifinalista da prova no Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 --contra atletas sem deficiência.

O recorde brasileiro dos 200 m entre os olímpicos, de Claudinei Quirino, é de 19s89.

"Quero correr perto dos 20 segundos ou até entrar na casa dos 19", afirmou à Folha Fonteles, que triunfou nos 100 m com 10s80 e ainda correrá os 400 m e o 4 x 100 m.

O segredo para ser mais veloz está nas próteses. No fim de agosto, Fonteles e Winckler voltarão à Europa. Lá, farão testes nas fabricantes Ottobock e Össur, as maiores do ramo, para consumarem uma encomenda sob medida.

É um "luxo" reservado apenas a atletas com recursos, como Pistorius. Cada par de próteses custa R$ 10 mil e tem vida útil de menos de um ano.

Para Winckler, um equipamento mais confortável pode acelerar a performance.

Em Londres, as próteses foram alvo de imbróglio entre o brasileiro e Pistorius --o sul-africano não está em Lyon porque responde à acusação de assassinato da namorada.

Após perder o ouro nos 200 m, Pistorius insinuou que Fonteles se beneficiou de um aumento de cinco centímetros em seu equipamento --o que estava dentro da regra.

"O Pistorius já passou. Quero dissociar minha imagem da dele", disse o paraense. "Não penso em correr a Olimpíada. Mas posso mudar de ideia em quatro anos."


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