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Tostão
Atletas e gladiadores
Oswaldo de Oliveira faz um ótimo trabalho no Botafogo e merece ser mais reconhecido
O líder Botafogo e o Cruzeiro, vice-líder, possuem várias coisas em comum, além do sobrenome Oliveira de seus dois bons treinadores, Oswaldo e Marcelo. São dois times modernos, bons de se ver jogar, com muita troca de passes, triangulações e mudanças de posições no ataque.
Há vários jovens bons de bola, como Vitinho, Dória, Mayke e Vinícius Araújo.
Falta ao Cruzeiro um Seedorf, um Alex. Botafogo e Coritiba, outra equipe do mesmo nível e estilo, terceira colocada, levam a vantagem de terem dois bons treinadores, um dentro e outro fora de campo. O do Coritiba é o jovem Marquinhos Santos, mais novo que Alex.
Lembro-me de Seedorf garoto, com 17 anos, já um craque, no Ajax. Seu momento atual não é o melhor de sua carreira, mas talvez seja o mais prazeroso, descontraído e inventivo. Imagino que Seedorf jogue hoje do jeito que sonhou na infância e que não teve chances de jogar, devido à rígida disciplina europeia.
Após a vitória sobre o Vasco, Oswaldo de Oliveira desabafou, com ironia e sarcasmo, ao fazer enormes elogios a Rafael Marques. O técnico quis enfatizar que ele estava certo, e que os outros (torcedores, imprensa, atuais e ex-diretores do Botafogo) estavam errados. É compreensível e bem-vindo o desabafo do treinador. Somos todos orgulhosos, vaidosos e ávidos por afeto e reconhecimento profissional.
O Corinthians, modelo tático das melhores equipes do Brasileirão, começa a reagir. O time, pela rígida disciplina na marcação e por ter poucas variações de jogadas ofensivas, é capaz de ganhar de times superiores, como o Chelsea e até o Barcelona, e, ao mesmo tempo, ter grandes dificuldades para envolver e vencer times inferiores, como o Santos. Na goleada de 8 a 0 para o Barcelona, Neymar viu, na prática, onde é seu lugar.
Ney Franco, um técnico respeitado, disse, com exemplos, como Rogério Ceni exerce influência negativa no São Paulo. Essa é uma, entre dezenas de situações, em que as coisas podem ser vistas de maneiras diferentes, de acordo com o momento. Quando o time ganha, a liderança de Rogério é positiva. Quando perde, as mesmas condutas se tornam negativas. Qual é a verdade? Provavelmente, está dos dois lados. As pessoas e as visões que os outros têm sobre elas são contraditórias.
Botafogo x Vasco e Cruzeiro x Coritiba foram ótimas partidas. Já o Grenal foi um festival de pontapés, de expulsões, de chutões, de bolas aéreas e de erros dos árbitros.
Muitos gostaram e disseram que esse é o legítimo Grenal. Esse é o futebol que se jogou no Brasil nos últimos dez a 15 anos e que, felizmente, começa a mudar. Evidentemente, Grêmio e Inter podem e jogam muito melhor.
Kleber, mais uma vez, trombou, empurrou, agarrou e cavou faltas e mais um pênalti. É um gladiador, e não um jogador de futebol.