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Paulo Vinícius Coelho

A crise

A avaliação interna no São Paulo é que o goleiro Rogério deixou a categoria de deus para a de mortal

O São Paulo não pensa em tirar Rogério Ceni do time antes do fim do ano. Mas gostaria. A tradição são-paulina é resolver suas brigas internamente e expor apenas as soluções. O caso Rogério e Ney Franco produziu efeito contrário. O abraço e o discurso elogioso de Rogério na despedida a Ney Franco surpreenderam 40 pessoas presentes.

Paz para efeito interno. Externamente, a crise explodiu com a declaração do capitão de que o legado de Ney Franco foi zero e a resposta do ex-treinador sobre a influência negativa do goleiro.

A avaliação interna é de que Rogério deixou a categoria de deus para a de mortal e isso impede qualquer pretensão de prosseguir sua carreira a partir de janeiro --pretensão que Rogério não parece ter.

Como o capitão não é mais unânime, também houve comentários de que Rogério poderia ter defendido em vez de atribuir a culpa a Lucas Evangelista no terceiro gol do Kashima Antlers, na quarta-feira.

O São Paulo tem de voltar a vencer no Brasileirão e tem de ser hoje, contra a Portuguesa. Isso depende de ter o melhor desempenho de seus melhores jogadores. Como estava escrito aqui há um mês, o diagnóstico interno é de que a crise passa pelo mau desempenho das quatro referências: Luis Fabiano, Ganso, Rogério e Lúcio. O último já foi afastado por decisão de Paulo Autuori --e conselho da diretoria.

A crise ficou escancarada porque não foi bem gerenciada desde o primeiro dia, em outubro.

Quando Rogério mandou Ney Franco escalar Cícero contra a LDU Loja e o técnico reagiu, a diretoria precisava ter dito ao capitão e ao treinador como as coisas funcionam no Morumbi.

Conta-se que Juvenal Juvêncio pensou em conversar com Rogério depois de sua declaração sobre o legado zero da gestão Ney Franco. Em vez disso, Adalberto Baptista preferiu dar o recado numa entrevista coletiva. Decisão trágica! Rogério ofendeu-se e retrucou. Mas já tinha ofendido Ney Franco. O ex-técnico gritou. Defendeu-se. Calado, deixaria sua carreira em risco.

Com Ney Franco, o São Paulo ganhou a Copa Sul-Americana, o segundo turno do Brasileirão-2012 e era sexto colocado no Brasileiro-2013. O ex-técnico fez questão de lembrar isso para se proteger.

A favor de Rogério conta o fato de Ganso não ter sido a primeira estrela contratada desde que virou titular em 1997.

Adriano, o Imperador, Carlos Alberto e Ricardinho foram outros.

Há testemunhas que atribuem a Ricardinho a culpa de seu fracasso, e não a Rogério. Chegou para ser protagonista e queria cobrança de coadjuvante.

Dentro dos muros do Morumbi, sua relação com Ney Franco deixou outro diagnóstico. O mau humor durante a gestão e o abraço na despedida não deixaram impressão favorável ao capitão.


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