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Crise expõe trio que comanda São Paulo

BASTIDORES Intocáveis, Juvenal Juvêncio, Milton Cruz e Rogério protagonizam conflitos que levaram caos ao clube

BERNARDO ITRI DO PAINEL FC RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Apostas frustradas, contratações mal-sucedidas e ambiente tumultuado. O diagnóstico da crise vivida pelo São Paulo, relatada por quem esteve ou ainda está no Morumbi, tangencia três veteranos do clube: Juvenal Juvêncio, Milton Cruz e Rogério.

Presidente, coordenador técnico e capitão, apontados como alguns dos principais responsáveis pelo sucesso do clube na década passada, agora têm seus nomes vinculados à má fase do time.

O São Paulo pega a Portuguesa, às 18h30, no Canindé, em confronto de integrantes da zona de rebaixamento.

Não foram poucos os jogadores, treinadores e até mesmo dirigentes que esbarraram em uma dessas três figuras e acabaram sendo ejetados nos últimos quatro anos.

Lúcio, Rivaldo, Casemiro, Leão, Sergio Baresi, Adilson Batista, Ney Franco e Adalberto Baptista fazem parte dessa lista. Todos tiveram algum tipo de divergência com ao menos um dos três personagens centrais da crise.

Leão, contratado no fim de 2011 para tentar pôr em ordem um time que não se encontrava desde 2009, bateu de frente com o presidente.

"Saí do São Paulo porque o Juvenal interferiu na escalação do Paulo Miranda", lembra. O técnico diz que o cartola pediu para tirar o zagueiro do time. Como o pedido não foi atendido, ele caiu.

Procurado pela reportagem, o presidente não atendeu às ligações.

Antes de Leão, Sérgio Baresi já havia deixado o time por não ter conseguido se impor no vestiário, reduto onde Rogério exerce sua liderança.

A sequência de quedas continuou com Adilson Batista, que tentou impor mudanças no dia a dia do time.

Casemiro, hoje no Real Madrid, e Rivaldo também não viveram tempos de lua de mel no São Paulo. Ambos, sem amizade com os líderes, acabaram deixando o clube.

"Foram três anos perdidos com técnicos, diretores...", afirma Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente de futebol do São Paulo e pré-candidato da oposição na eleição presidencial de 2014.

Os casos mais recentes evidenciam a relação de Juvenal, Cruz e Rogério com a dança das cadeiras do clube.

Ney Franco foi contratado por Adalberto Baptista. O técnico e o cartola, cúmplices, caíram praticamente juntos.

O treinador não gozava da simpatia de Rogério, que disse na semana passada que se tivesse poder o teria colocado "no olho da rua há muito tempo". Nem era próximo de Cruz, elo do elenco com a diretoria. Receita completa para que tivesse vida curta.

"O Milton é um funcionário do clube. Ele não se reporta ao treinador, se reporta ao presidente. É péssimo", analisa Leão. "Chega o treinador aqui, eu passo as informações sobre os jogadores, mostro onde cada um pode jogar", rebate o coordenador.

O mesmo acontecia com Adalberto Baptista, respeitado por Juvenal, mas sem ligação com Rogério. O diretor tinha a missão de encaminhar a aposentadoria do goleiro.

Seu perfil de homem que capitaneava as contratações diminuiu a influência de Cruz: mais um ingrediente para não ser benquisto.

"A gente está há muito tempo no São Paulo porque somos vencedores", afirma o coordenador, sobre o trio.

Procurada, a assessoria de Rogério informou que o goleiro já se pronunciou na desavença com Ney Franco e não falaria mais do caso.

O técnico e Adalberto deixaram o São Paulo. Paulo Autuori, amigo de Rogério, Cruz e Juvenal, foi contratado para salvar o time da crise.

O técnico é, possivelmente, a última cartada do presidente, cujo mandato acaba em 2014. E a última aposta de Rogério, que deve se aposentar no fim do ano, para encerrar sua carreira com sucesso.


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