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Paulo Vinícius Coelho

O povo é fiel

O único jeito de levar mais gente nos jogos médios é criar fidelidade, como o Corinthians faz

Corinthians e Flamengo têm objetivos bem diferentes no Brasileirão. O Corinthians precisa vencer o clássico no dia de seu aniversário para diminuir os cinco pontos de distância do Cruzeiro, líder do campeonato. O Flamengo só quer se estabilizar no bloco intermediário. Se conseguir, fará da Copa do Brasil a prioridade do semestre.

Os objetivos de corintianos e rubro-negros só se afinam quando o assunto é lotar estádio. O Flamengo experimentou uma velha sensação num palco novo, quarta-feira passada. Encheu o Maracanã e foi empurrado por 53 mil pessoas para vencer o Cruzeiro. Hoje, enfrentará o Pacaembu com mais de 30 mil. A melhor média de público do Brasileirão é corintiana --28.900.

Ainda é pouco. A média do Pacaembu deixa 28% do estádio ocioso. Se na Inglaterra o Sunderland tem público médio de 43 mil por partida e disputa o rebaixamento, é óbvio que o Corinthians tem potencial para alcançar 40 mil por jogo e 100% de ocupação.

Nunca houve um público tão grande na história do futebol brasileiro quanto o do Flamengo no Brasileirão de 1980: 66 mil. Era gente se acotovelando para ver Zico e Júnior em ação.

O Santos de Pelé teve seu melhor momento em 1963, ano do bicampeonato mundial e de 27 mil pessoas assistindo às suas partidas, em média. Só!

Pelé não tinha uma legião de seguidores porque o Santos não era time de massa.

Dizem que é preciso ter craques para ter público. Nos quatro anos com Neymar, o Santos ganhou até a Libertadores e registrou média de 15 mil por partida, em qualquer lugar do Brasil. Ridículo! Em quatro jogos oficiais pelo Barcelona, há 60 mil torcedores para vê-lo. Sempre!

Corinthians e Flamengo apostam em resultados diferentes em campo, mas na mesma trajetória para chegar à inacessível marca dos 100% de ocupação dos estádios: fidelidade. Ano passado, o Corinthians tinha 25.800 torcedores por partida e percebeu haver um contingente que comprava o bilhete e não ia ao jogo.

Queriam apenas as vantagens do sócio-torcedor, um cartão de milhagem como os das companhias aéreas, que oferece menor preço e maior prioridade para quem tem mais bilhetes. O Corinthians mudou o programa, deu prioridade a quem passa pela catraca e subiu 11% seu público médio.

Preço, desconforto e violência afastam as pessoas dos estádios, mas eles estão lotados nas finais. Sempre foi assim. Jogo grande, público grande. Jogo pequeno, público minúsculo. O único jeito de levar mais gente nos jogos médios é criar fidelidade, como o Corinthians faz e o Flamengo quer fazer.

O Corinthians está em quinto lugar no Brasileirão e tem jogado mal. E hoje vai haver 30 mil torcedores no Pacaembu.


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