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Edgard Alves

Cartolagem olímpica vai às urnas

Candidaturas para sede dos Jogos em 2020 têm riscos, embora apontadas pelo COI como de alta qualidade

A comunidade esportiva mundial, capitaneada pelo Comitê Olímpico Internacional, que agrega 204 comitês nacionais, escolhe nesta tarde a cidade que vai abrigar a Olimpíada de 2020, após a edição brasileira do evento, no Rio, daqui a três anos. Três são as candidatas, duas delas capitais, Madri, na Espanha, e Tóquio, no Japão, e Istambul, principal cidade da Turquia, que tem como capital Ancara.

Como de praxe em qualquer eleição, as candidatas apresentam dossiês destacando suas virtudes e encantos na tentativa de ganhar votos. Os pontos desses dossiês foram conferidos por emissários do COI em visitas às cidades, concluídas com a avaliação de que as candidaturas têm alta qualidade.

Essas conclusões, no entanto, são sensíveis, políticas, com interesses econômicos de grande porte pelo gigantismo dos Jogos. Há problemas graves, que, espera-se, sejam levados em conta pela centena de cartolas com direito a voto.

É o caso de Madri, que enfrentou recessões nos últimos cinco anos, responsáveis por uma taxa de 27,2% de desemprego no país. Portanto, é uma candidatura sob risco financeiro, embora sua proposta destaque que 80% das obras de infraestrutura estão prontas.

A bandeira de Tóquio recorda os Jogos ali realizados em 1964, 19 anos após o fim da catástrofe da Segunda Guerra Mundial, quando o país aproveitou para deixar claro que estava em pé novamente. Terceira economia do mundo, agora o desafio é mostrar a superação do terremoto de 2011 e do risco de crise ambiental, possível com os vazamentos, que aumentaram recentemente na usina nuclear de Fukushima.

Istambul apresenta a oportunidade inédita de o evento ocorrer em um modelo de democracia muçulmana, reforçado pelo apelo de contemplar dois continentes, com sua localização entre Ásia e Europa. Paradoxalmente, essa mesma geografia põe a Turquia como vizinha da Síria, país em turbulência e sob risco de ataque dos EUA. Além disso, protestos por justiça social e política ambiental mexem com o país.

Embora se mantenha neutro no processo, sem palpites, o belga Jacques Rogge, que está deixando a presidência do COI após 12 anos, fez um alerta no mínimo curioso nesta semana, que torna a escolha ainda mais nebulosa. Ele disse que a entidade não decide levando em conta a situação atual das candidatas, mas sim pela projeção de como elas estarão em sete anos.

Houvesse bola de cristal, esse método seria perfeito. Mas o exercício de adivinhação, com as turbulências do mundo moderno, põe mais interrogações sobre as propostas.

Na sequência desse encontro dos cartolas em Buenos Aires haverá também eleição do novo presidente do COI, com seis candidatos, e definição do esporte a ser incluído no programa dos Jogos. Haja tango para consolar tantos perdedores.


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