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Sem saída, torcida se rende ao 'Muricybol'

SÉRIE A Antes críticos a Muricy Ramalho, são-paulinos se rendem a 'goleadas' por 1 a 0 para ficar na 1ª divisão

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

"Na nossa situação, 1 a 0 é goleada". Muricy Ramalho voltou ao São Paulo declarando que sua receita para afastar o risco de rebaixamento é a mesma que rendeu ao clube três títulos brasileiros.

Mas a torcida, que quatro anos e três meses atrás cobrava sua saída por estar cansada de um futebol de pouca inspiração, agora parece não se importar com o risco de ver um time sem encanto.

O treinador de 57 anos foi recebido no Morumbi como um salvador. Ovacionado pelos são-paulinos que, após o fracasso de Paulo Autuori, veem nele o último homem capaz de impedir a queda.

E Muricy retribuiu do jeito que sabe. Estreia típica: 1 a 0 sobre a Ponte Preta. Com sufoco no fim, é claro. Do jeito seu torcedor agora gosta.

"Quando você é muito vitorioso, a torcida começa a cobrar demais, quer espetáculo. Mas hoje é um outro momento. O importante agora é ganhar. Por isso, ele foi ovacionado", disse o ex-zagueiro Darío Pereyra, que foi parceiro do então meia no São Paulo no fim dos anos 1970.

Ganhar, Muricy já mostrou que sabe. O treinador conquistou três Brasileiros consecutivos no clube do Morumbi (2006 a 2008), faturou mais uma Série A à frente do Fluminense (2010), venceu a Libertadores com o Santos (2011) e foi convidado para dirigir a seleção brasileira.

O sucesso não impediu as críticas ao pragmatismo (ou chatice mesmo) de equipes sob seu comando: o "Muricybol", apelido que se espalhou pelas redes sociais.

Sistemas defensivos bem montados, volantes espalhados por várias posições (na zaga, nas laterais, no meio), jogadores altos e fortes e cruzamentos para a área formam a receita das usuais vitórias.

Fórmula que atingiu seu ápice na conquista do Brasileiro-2007, quando marcou 55 vezes (a segunda pior marca de um campeão nos pontos corridos) e sofreu só 19 gols, a melhor defesa da história.

E que pode ser resumida em uma frase: "Quem quiser ver espetáculo que vá ao Teatro Municipal", dita na reta final do Brasileiro de 2008.

Hoje, o discurso é mais ameno. "Torcedor gosta de jogar bonito, mas para isso você precisa ter supertime. A gente tem dificuldades."

"O torcedor age com a emoção. Neste momento, jogar mal e ganhar por 1 a 0 já está bom", declarou o ex-atacante Careca, ídolo são-paulino nos anos 1980 e símbolo de um futebol mais atraente.

Se até ele, ex-companheiro de time de Maradona, se rendeu ao "Muricybol", por que não o torcedor comum?


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