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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO

Sem respiração

Faz dois meses que Tite não consegue fazer seu time jogar como antes, desde a final da Recopa

O técnico do Rayo Vallecano, Paco Jémez, terminou o jogo de sábado contra o Barcelona orgulhoso por conseguir mais posse de bola do que o adversário. Foi a primeira partida em cinco anos em que o Barça foi derrotado nesse fundamento --ganhou a partida por 4 x 0!

Valeu pouco o orgulho de Jémez, mas sua definição serve para explicar um pouco da mudança do novo time de Neymar. Serve também como reflexão sobre o que acontece do lado de cá do oceano, com o Corinthians.

"Este Barcelona nos permite respirar. Antes não era assim", disse Paco Jémez.

O melhor Corinthians dirigido por Tite foi o que impediu Frank Lampard de dar o passe, fazer a saída de bola da defesa para o ataque. Impediu-o de respirar. A última partida do Corinthians com essa característica foi a final da Recopa, vitória sobre o São Paulo por 2 x 0. Há dois meses, Tite não consegue fazer seu time jogar como antes.

Há seis jogos, não vê seu time fazer gol --exceção, o gol contra o Goiás, semana passada.

Há uma estatística do Brasileirão que mostra a diferença do Corinthians campeão do mundo para o habitante do bloco intermediário do Brasileirão. O time é líder em desarmes, mas os recordistas são Ralf, o volante, e Gil, o zagueiro.

Antes, o Corinthians fazia o primeiro desarme no campo de ataque. Os atacantes recuperavam a bola.

Ontem, aos 19 minutos do primeiro tempo, os quatro homens mais avançados do Corinthians subiram para tomar a bola dos cruzeirenses. Danilo pela direita, Romarinho pela esquerda, Douglas no círculo central, Emerson posicionado como centroavante. O Cruzeiro saiu com passes curtos, de Egídio na lateral para Nilton na cabeça de área, para Everton Ribeiro na ponta esquerda. De repente, lá estava o Cruzeiro frente a frente com a defesa corintiana.

Tite até viu bons momentos no início do segundo tempo, quando o Corinthians finalizou. Mas criou saindo de trás, não na sua característica antiga, de marcação por pressão. Criar é sempre bom. Melhor quando se tem um jeito de jogar --e o Corinthians o perdeu nos últimos jogos.

No primeiro tempo, como Danilo cercava mais do que desarmava, Egídio teve espaço para fazer três cruzamentos perigosos. Criou duas chances claras, duas defesas fundamentais de Cássio.

No primeiro tempo, o Corinthians teve 43% de posse de bola. Sábado, o Barcelona teve 49% --primeira vez em cinco anos com menos troca de passes do que o adversário. O Corinthians vive seu pior momento desde a derrota para o Tolima, em fevereiro de 2011. O Barcelona não tem crise. Vence. Mas muda aos poucos. O problema não é a falta da posse de bola, mas a pressão menor na saída de bola. O problema é deixar o adversário respirar.

Por esse defeito, os corintianos andam prendendo a respiração.

O HOMEM DO MERCADO

O Inter pode procurar Abel Braga para substituir Dunga a qualquer momento. Abel já respondeu que não trabalhará neste ano. O Flamengo respeitou a decisão do treinador. Se decidir demitir Dunga, como defende uma corrente da diretoria, o Inter não respeitará. Tentará convencê-lo de que o trabalho de 2014 pode começar em 2013, com escolhas de jogadores e estrutura da equipe. Abel sabe que aceitar e não classificar o time para a Libertadores pode prejudicar o início da próxima temporada. Pode valer mais esperar em casa as propostas para janeiro, que podem ser muitas.


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