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Cuba libera saída de atletas para o exterior e pode beneficiar Brasil

Abertura Após mais de 50 anos, governo autoriza que atletas firmem contratos profissionais

MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

Cuba deu mais um passo em seu processo de abertura esportiva. A partir de 2014, vai permitir que atletas do país assinem contratos com clubes do exterior, recebam bônus por mérito e aumento de salário, o que era proibido havia mais de 50 anos.

Por determinação do governo do ditador Fidel Castro, a profissionalização era proibida desde a década de 60.

A mudança de conduta se deve em muito às frequentes deserções de atletas do país.

Casos de abandono de delegação viraram rotina em Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais de diversas modalidades, como vôlei, lutas, handebol e atletismo.

Atletas buscavam e eram assediados por clubes estrangeiros, já que a remuneração em Cuba era irrisória. Havia casos em que campeões olímpicos recebiam US$ 20 (cerca de R$ 45) mensais.

Quem deixava o país e assinava contrato era impedido de defender a seleção nacional. Esse tipo de represália perdurou até pouco tempo.

Há alguns meses, o governo de Cuba havia liberado boxeadores e jogadores de beisebol para atuar em nível profissional. A decisão de ontem, publicada no diário oficial "Granma", foi mais ampla.

Além de aceitar a saída de seus talentos, a ilha também vai remunerá-los melhor.

Uma nova política salarial estabelece seis categorias de rendimento baseado no desempenho dos atletas. A partir de 2014, medalhistas olímpicos ganharão 1.500 pesos mensais (R$ 140); mundiais, 1.300 pesos (R$ 120); pan-americanos, 1.200 pesos (R$ 110); e centro-americanos 1.100 (R$ 100).

Já os membros da seleção nacional de beisebol que participam do campeonato local ganharão 1.000 pesos (R$ 95).

Haverá também um pagamento adicional aos atletas e treinadores por desempenho. Ou seja, será repassado aos esportistas 80% do montante ganho em prêmios de competições internacionais (antes o valor era de 15%).

A contrapartida é que o competidor que atuar no exterior se comprometa e defender sua seleção nacional.

BRASIL

A política de inovações, que pode levar Cuba de volta à elite do esporte mundial, pode ter reflexo no Brasil.

Já um tradicional porto seguro de técnicos e desertores da ilha caribenha, o país tem intenção de receber mais atletas e técnicos cubanos com vista aos Jogos do Rio-2016.

Em fevereiro desse ano, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) firmou um acordo com o governo de Cuba para compartilhar conhecimento.

A ideia é trazer treinadores e, em casos específicos, atletas. Todos os custos são bancados pela pasta.

A decisão de ontem vai ao encontro do convênio.

"Um clube de basquete forte já nos sondou porque tem interesse em contratar um pivô jovem, trazê-lo e aprimorá-lo", disse Ricardo Leyser, secretário nacional de esporte de alto rendimento. O Brasil tem jogadores cubanos em algumas ligas nacionais, como as de vôlei e handebol.


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