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Fifa dá aval para árbitro encerrar jogo após racismo
FUTEBOL
Medida que será votada por comitê valerá para todos os países
Os árbitros terão aval para encerrar uma partida de futebol quando houver atos de racismo em qualquer torneio.
É o que a Fifa pretende orientar a partir de amanhã, quando termina o encontro do Comitê Executivo, órgão máximo da entidade, em Zurique.
A Folha teve acesso ao documento que está com o comitê para ser votado. Nele, menciona-se a aplicação das regras em "âmbito mundial", ou seja, incluindo o Brasil.
Ao identificar um ato de racismo no estádio, ou ser informado dele, o árbitro deve parar o jogo imediatamente. Se a situação permanecer, os jogadores terão de ir para os vestiários e aguardar por, no máximo, dez minutos. Caso a manifestação continue, o juiz então terá de cancelar o jogo.
A expectativa é que o comitê aprove por unanimidade a medida, alinhando-a a uma resolução divulgada em maio, no congresso anual da Fifa, que prevê uma série de punições a federações, clubes e torcedores envolvidos com atos de racismo.
Agora, a Fifa quer criar condutas a serem seguidas pelos árbitros para o prosseguimento ou não da partida. O locutor do estádio poderá ser acionado para ajudar, se necessário.
Ainda não havia uma recomendação única. A minuta entregue ao Comitê Executivo menciona o modelo adotado há quatro anos pela Uefa (órgão que dirige o futebol europeu), bem parecido com o que deve ser aprovado agora.
Ontem, na sede da Fifa, o presidente da Uefa, o ex-jogador francês Michel Platini, disse à Folha que o modelo europeu é um exemplo adequado para ser copiado. Segundo ele, cabe às entidades definir, em cada caso, o que acontece se o jogo for encerrado.
A Fifa vem intensificando a campanha pelo fim do racismo no futebol. A Copa das Confederações no Brasil foi palco de manifestação dos capitães, que leram em campo textos contra a discriminação.