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Edgard Alves

Magia e negócio

Amistoso no Rio supera frequentes confrontos de interesse entre a NBA e o basquete brasileiro

Pouco importa que seja um único e mero amistoso. O confronto entre Chicago Bulls e Washington Wizards hoje, no Rio, com certeza vai ficar na memória dos torcedores brasileiros como um momento mágico, inesquecível. Afinal, trata-se de uma exibição inédita por estas bandas de times da NBA, a milionária liga profissional de basquete da América do Norte.

Para quem gosta do esporte da bola laranja, é um grande espetáculo. Mesmo para os não-aficionados que se dispuserem a acompanhar o evento, ele tem lá os seus atrativos e apelos consagrados pelos requintes de organização da liga.

Dentro da quadra, é sucesso pelos lances deslumbrantes e pela competitividade. Fora dela, pela eficiência no funcionamento do evento desde as bilheterias, assentos numerados, som, placar, cheerleaders (nos intervalos) e pipoca, embora o cheiro desta seja insuportável para muitos.

É o tipo de promoção que no Rio deve funcionar mais ou menos como uma cerimônia de casamento, com dois interessados: a NBA e o basquete do Brasil.

A liga mira sua expansão mundial. Para ela, sem dúvida, esse jogo é ponte para o mercado da América Latina, o do Brasil em especial, sede da Olimpíada-2016, e onde já instalou um escritório. Busca a comercialização ampla de seus produtos, de direitos de imagem, tênis, camisetas e bonés a chaveirinhos, entre vários outros.

O basquete brasileiro, por sua vez, luta para recuperar prestígio, desgastado por dificuldades financeiras e pelo desencanto com a seleção. A confederação nacional, responsável pela modalidade no país, está em baixa. Por má gestão, acumula pesadas dívidas, mesmo recebendo generosas verbas governamentais. Não bastasse isso, a seleção masculina teve retumbante fracasso na tentativa de garantir uma vaga no Mundial do ano que vem.

É a primeira vez que isso ocorre na história da competição, na qual apenas Brasil e EUA estiveram presentes em todas as edições. Resta a remota, mas sem brilho, chance de ir à Copa como convidado. Não é simples. Além do alto custo que um convite implica (a Fiba estabelece um valor), a concorrência é forte, com Rússia, Itália, Grécia, Turquia, China e Venezuela na fila dos interessados para apenas quatro convites.

O jogo, de tamanho significado, supera até as situações que se repetem cada vez mais colocando a NBA em confronto com interesses do basquete daqui. Ricos, os times da liga contratam os astros brasileiros, deixando as competições do país sem suas atrações. Não bastasse isso, tais jogadores desfalcam a seleção em consequência de compromissos com a liga. Vários deles, por exemplo, não foram ao pré-Mundial, que culminou com o tombo do Brasil citado acima.

Apesar desse desencontro, paradoxalmente, para o torcedor a NBA é o paraíso das jogadas dos sonhos, mirabolantes, que encantam. E o basquete brasileiro aproveita a onda para nela também surfar.

Vale a pena?


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