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Análise

O descrédito se dá por viradas de mesa no passado

PAULO VINÍCIUS COELHO COLUNISTA DA FOLHA

O risco do descrédito provocado pelo rebaixamento da Portuguesa não se dá pela permanência do Fluminense em 2014. Dá-se porque o clube carioca disputou a Série A em 1997 e 2000, quando deveria ter jogado a Série B.

Em 1997, o Flu caiu no campo, mas se cogitou o rebaixamento de Corinthians e Atlético-PR por causa do escândalo Ivens Mendes.

O então presidente do Corinthians, Alberto Dualib, teve conversa gravada falando com o presidente da comissão de arbitragem, Ivens Mendes: "Eu dou 1-0-0."

A percepção de ter havido suborno gerou a ideia de que Corinthians e Atlético-PR deveriam ser rebaixados, e o Fluminense não.

Todos ficaram.

No ano seguinte, o Fluminense caiu de novo. Jogou a Série B. Mas, em 2000, o Botafogo se livrou do rebaixamento recebendo pontos do São Paulo pela escalação irregular do atacante Sandro Hiroshi. O Gama acabou rebaixado e recorreu. Uma liminar da Justiça comum manteve o clube de Brasília --todos ficaram.

O Fluminense tinha subido da Série C para a Série B. Com o imbróglio, a CBF manteve Gama e Botafogo e acrescentou Fluminense, Juventude, América-MG e Bahia, para descaracterizar a existência de acesso e descenso do ano anterior.

O descrédito vem daí. Daquelas vezes, aconteceram viradas de mesas. Desta vez, a lei castiga a Portuguesa, respalda o Fluminense.

Que a Portuguesa poderia ser rebaixada pelo erro atual é consenso. Aplicou-se o que está escrito.

É ruim não poder prevalecer o resultado do campo. Pior do que isso é ampliar a noção de que os grandes se dão bem e os pequenos pagam o preço no futebol brasileiro. Mas, neste caso, essa ideia não é exata.

É impossível dizer que a decisão está errada. O descrédito é inevitável. Mas por causa das decisões do passado, não do presente.


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