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Com focos distintos, Mano e Muricy duelam após 4 anos
PAULISTA
Corinthians quer se classificar, e São Paulo findar o tabu em clássico
Mano e Muricy deram entrevistas descontraídas e trocaram gentilezas antes do clássico entre Corinthians e São Paulo, amanhã, no Pacaembu, pelo Paulista.
Os técnicos vivem um momento de retomada com seus times, vêm de goleadas por 4 a 0, mas têm metas distintas.
Único grande não classificado às quartas de final, o Corinthians precisa vencer para se manter na briga --está cinco pontos atrás de Botafogo e apenas um do Ituano.
Mas o cenário não intimida Mano. O técnico abriu um sorriso ontem ao falar das mudanças do Corinthians, que não perde há seis jogos.
"Eu deixei de ser retranqueiro, não é?", disse ao citar que a escalação do trio de volantes Ralf, Guilherme e Bruno Henrique deu ao time quatro vitórias seguidas, com 12 gols marcantes.
Para Mano, o time achou um equilíbrio. E o treinador só tem uma indefinição para o clássico: o substituto de Jadson, que não poderá jogar por questões contratuais.
Já Muricy está mais tranquilo. Com a classificação assegurada, seu time não terá desfalque e vê no clássico a chance de afundar o rival.
"Vai ser a parte emocionante do campeonato, que até agora está chato, com jogos duros de ver", disse.
O time de Muricy ainda tentará findar o tabu de 12 clássicos sem vencer. O último foi em dezembro de 2012 contra o Corinthians, no Pacaembu.
REENCONTRO
Mano elogiou Muricy, que elogiou Mano antes do clássico. Mas o cenário atual em nada lembra o que ocorreu há quatro anos, quando eles duelaram pela última vez, também no Pacaembu.
Era maio de 2010. O Corinthians de Mano bateu o Fluminense de Muricy por 1 a 0, no Brasileiro. Durante o jogo, o treinador do time carioca acusou o rival de tentar influenciar o árbitro. E recebeu resposta nada amistosa.
"Você quer apitar o jogo", disse Muricy. "Cala a boca, faz o seu trabalho, que eu faço o meu", rebateu Mano.
A polêmica naquele momento ofuscou o resultado. O Corinthians liderava e o Flu estava no meio da tabela. Mas manteve os técnicos em foco. Eles eram apontados como os melhores do país e cotados para substituir Dunga na seleção após a Copa de 2010.
Muricy até foi convidado pela CBF, mas não aceitou. Mano foi a segunda opção e aceitou de forma imediata.
Os dois não se enfrentaram mais. Nem após a saída de Mano da seleção, em 2012.
A falta de jogos manteve um tabu a favor de Mano. Desde 2007 que ele não perde para Muricy. Foram quatro triunfos e três empates.
Quem sabe não é amanhã a chance de Muricy quebrar um tabu duplo. (ALEX SABINO, MARINA GALEANO E RAFAEL VALENTE)