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Ponteira lidera Sesi contra rival íntimo

VÔLEI Cria de projeto de Bernardinho, Suelle enfrenta o Rio, time de seu descobridor na final da Superliga hoje

MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO

Suellen foi descoberta aos dez anos, em Curitiba, cidade onde nasceu, pelo projeto que já tinha o técnico Bernardinho como comandante.

Hoje, 17 anos depois, a mesma Suelle (mas sem o "n" no nome) enfrenta seus descobridores como uma das titulares do Sesi na final da Superliga, contra o Rio, às 10h, no Maracanãzinho.

De 1997 a 2001, a paranaense foi treinada por Hélio Griner, ainda o principal auxiliar de Bernardinho.

Na época, ainda era chamada pelo nome inspirado em Suellen O'Hara, a irmã da protagonista Scarlett O'Hara, do filme "E o vento levou...".

Mas, aos 15 anos, já jogadora de vôlei, perdeu os documentos e precisou refazê-los, às pressas, para viajar com a equipe. Então veio o erro na grafia. "Minha mãe chorava, e eu só queria viajar", conta Suelle à Folha.

Aos 27 anos, ela ri da história. E diz que até gosta mais do novo nome. Afinal, com ele chegou a jogar pela seleção de base e, depois, pela adulta, em uma Copa Pan-Americana sem as titulares.

Suelle já disputou três finais de Superliga. Pelo Osasco, perdeu duas decisões justamente contras as rivais de hoje. Curiosamente, ganhou a decisão que jogou pelo time de Bernardinho, em 2011.

Naquele ano, foi titular em grande parte da competição devido à contusão de Mari, mas não jogou a final.

Agora, a ponteira é considerada fundamental pelo técnico Talmo na equipe, principalmente no "volume de jogo", ou seja, passe e defesa.

Dos tempos de Curitiba, ficou marcado o primeiro ano na equipe adulta, após ser gandula do time que já tinha Fofão -campeã olímpica em Pequim-2008 e atualmente no Rio, como levantadora.

"Eram as melhores do mundo. No começo, eu não conseguia me concentrar nos treinos. Depois comecei a dar meus passos", diz Suelle.

O reencontro aconteceu em 2010, quando foi contratada pelo Rio. "Era a chance de ser campeã da Superliga e jogar com o melhor técnico do mundo", recorda.

O preço de ser campeã foi a cobrança de Bernardinho.

"Tudo o que o Bernardo fez para mim foi construtivo, mesmo sendo de uma maneira agressiva. É a forma como ele funciona. É um técnico difícil, mas aprendi a lidar com a histeria dele. Ele exigia o máximo do meu potencial."

Do título à chegada ao Sesi, há dois anos, um problema: uma lesão grave seguida de cirurgia no ombro direito afastou-a das quadras por mais de oito meses.

O retorno foi no início da atual Superliga. O melhor momento ocorreu quando foi decisiva na eliminação do até então invicto Osasco, time de melhor campanha na primeira fase, nas semifinais.

O sucesso em quadra transformou Suelle em musa.

"Até ontem ninguém lembrava de mim, ninguém falava de beleza. Tenho certeza que estou chamando a atenção porque estou jogando mais. Ano passado, quando operei, fiquei sumida, ninguém lembrava de mim."

"Agora estamos muito expostas. Me incomodam os rótulos. Queremos ser elogiadas, mas quando é exagerado, sinceramente, não gosto. Mas faz parte do nosso trabalho", conclui a jogadora.


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