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Ingresso indica cadeira que não existia

COPA Para entrar no estádio, torcedor do Figueirense teve de ir de táxi ao centro da cidade em busca de bilhetes

FABIANO MAISONNAVE DE SÃO PAULO

Cancelamento da venda de ingresso para visitantes, setor sem abrigo da chuva, banheiro químico, falta de acesso aos restaurantes, ausência de água e até número de assento de cadeira inexistente.

Os poucos torcedores do Figueirense que enfrentaram os 700 km entre Florianópolis e São Paulo enfrentaram muitas dificuldades no Itaquerão, embora no final tenham sido acabaram premiados com a vitória histórica.

O grande problema foi a compra de ingresso. Segundo o Figueirense, o Corinthians se recusou a enviar o lote a que o clube visitante tem direito para Florianópolis, e a venda ficou marcada para as 13h deste domingo (18) na bilheteria do estádio.

O resultado era previsível: várias centenas de corintianos sem ingresso tomaram a fila do clube visitante, enquanto os torcedores do Figueirense se aglomeravam perto dali, a alguns metros.

Temendo confusão, o Corinthians cancelou a venda, informação anunciada aos gritos por funcionários do clube. Mesmo assim, a fila só se desfez cerca de duas horas mais tarde, por volta das 14h, após a PM bater boca com torcedores e ameaçar expulsá-los com spray de pimenta.

A exceção foi da torcida organizada Gaviões Alvinegros: pela boa relação com a Gaviões da Fiel, obteve diretamente um lote de 400 a 500 ingressos, segundo relatos ouvidos pela reportagem.

"Tem de melhorar 99%" para a Copa", diz o industrial e torcedor do Figueirense Humberto Motter, 54, que havia chegado na véspera de avião apenas para o jogo.

A decepção só não foi total porque um grupo de torcedores aposentados, a Turma da Figueira, conseguiu um lote de ingressos após a diretoria do Figueirense ajudar.

Às 14h, o motorista aposentado José Carlos Sotero, 59, recolheu rapidamente o dinheiro dos torcedores que vieram em três ônibus, pegou um táxi e foi do Itaquerão até o centro da cidade, onde lhe entregaram 121 ingressos.

Um deles foi comprado pela Folha. Faltavam cinco minutos

A entrada foi sem filas, mas o lugar destinado à torcida visitante, atrás de um dos gols, decepcionou aqueles que esperavam o "padrão Fifa".

A seta da sinalização para banheiros e restaurantes apontava para tapumes de metal. No lugar, banheiros químicos e alguns poucos vendedores ambulantes --nenhum vendia bebidas.

A situação piorou com a chuva. As pessoas tentaram se abrigar sob a arquibancada superior, mas a água passava do mesmo jeito e o piso foi completamente alagado.

A Folha tentou achar o número da cadeira, na fila "P", mas nenhum dos oito ajudantes consultados conseguiu localizar. O problema é que as filas iam até a letra "M".

"Nota zero para o estádio. A gente tomando chuva, nunca vi nada assim", diz Sotero. "Mas a vitória foi histórica."


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