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Marcelo Tas

estranhos no ninho

Copa da inovação

Spidercam é a principal atualização na transmissão do futebol desde a Copa do Mundo de 1970

Sou um cara obcecado com o porquê das coisas. Nunca entendi, por exemplo: por que não há um cronômetro no estádio para marcar o tempo oficial da partida de futebol? Certamente, traria mais emoção ao jogo e serviria para a torcida saber quanto falta para o xixi do intervalo.

Fui atrás do porquê e caiu a ficha. Desde sua criação, em 1863, o futebol tem total aversão à inovação. O esporte mais popular do mundo é também o mais conservador. Levou mais de um século para admitir em campo algo diferente das duas traves e a bola: os cartões vermelho e amarelo, que só apareceram em 1970, no México.

Com um passado tão conservador, dá para dizer que a Copa-2014 já é a mais inovadora do esporte bretão. A principal novidade é o chip dentro da bola plugado num sistema que pode confirmar um gol direto no relógio de pulso do árbitro. Mas minha inovação predileta ainda é outra. É que fica voando sobre os jogadores: a Spidercam.

Na Copa da África, foi uma estreia tímida. Lá, o austríaco Jens Peters, inventor da câmera que chega a qualquer ponto do estádio deslizando sobre fios, criticou abertamente o "conservadorismo da Fifa" que não permitiu a equipe dele usá-la com liberdade. Deu certo. Em 2014, esse olhar eletrônico 360º que vai do topo do estádio até a altura do gramado levou a transmissão do futebol para um novo patamar.

Ao contrário do basquete, do tênis e da Fórmula 1, o futebol evoluiu muito pouco na narrativa televisiva. Desde a Copa de 70, na qual surgiram a câmera lenta e os close-ups, não havia uma atualização significativa na transmissão do esporte. Nessa Copa, a Spidercam levou o telespectador para dentro de campo, reforçando a sensação de que tudo, dentro e fora de campo, da mordida do Suárez à cueca do Neymar, está ao alcance dos olhos da TV.


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