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Desengonçado, Müller dá vitória à Alemanha
Atacante do Bayern de Munique marca o único gol na vitória sobre os EUA, que, apesar da derrota, também avançaram
Magricelo, algo desengonçado, com meias na altura das canelas --e não dos joelhos, como muitos de seus pares--, Thomas Müller lembra um peladeiro de fim de semana como muitos pelo mundo.
Nesta quinta (26), na Arena Pernambuco, o atacante alemão mostrou outra vez que é muito mais que isso.
Com um golaço num chute colocado de fora da área aos 10min da etapa final, Müller garantiu a vitória do seu país por 1 a 0 sobre os EUA, chegou aos quatro gols e igualou-se a Neymar e a Messi na ponta da artilharia.
O resultado, somado ao triunfo de Portugal sobre Gana, classificou alemães (em primeiro lugar) e americanos --estes empatados em pontos com Portugal, mas com melhor saldo de gols.
Nas oitavas a Alemanha pegará a Argélia, e os EUA enfrentarão a Bélgica.
Müller, que na estreia fez três dos quatro gols sobre Portugal, tem agora nove gols em nove jogos por Mundiais e está em 13º na lista dos maiores artilheiros, empatado com monstros como Eusébio e Vavá.
Só que o alemão, um dos goleadores da Copa-2010, tem apenas 24 anos.
"Somos muito ambiciosos, e isso pode nos levar longe. Espero ir o mais longe possível e atingir nossa meta máxima", disse o atacante do Bayern de Munique na entrevista após o jogo.
Indagado sobre a ótima atuação de Schweinsteiger --que estreou no time titular e foi um dos destaques--, Müller, eleito mais uma vez o melhor em campo, brincou: "Ele jogou muito bem. Mas, para ser o homem do jogo, tem de fazer gol".
A intensidade com que os times atuaram desencoraja a tese de que poderiam jogar para empatar, suscitada pelo fato de que o empate classificaria ambas as equipes, cujos técnicos são amigos.
Refletindo a empolgação dos EUA nesta Copa, nas arquibancadas a torcida americana era mais numerosa e mais barulhenta que a alemã.
Apesar dos transtornos pela forte chuva que atingiu o Recife desde a madrugada e continuava no início do jogo, a ótima drenagem da Arena Pernambuco permitiu que a bola rolasse sem problemas.
Atuando pela primeira vez na Copa com seu segundo uniforme, rubro-negro, a Alemanha dominou toda a partida: teve 63% de posse de bola e deu nove chutes ao gol, contra somente um dos EUA, que mostraram força física e dureza na marcação, mas sofreguidão ao atacar.