Folha de S.Paulo

Inter critica rival, ameaça Barcos e busca aliados para julgamento

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO RAFAEL VALENTE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Inter não se surpreendeu com a suspensão do resultado da partida contra o Palmeiras. Pelo contrário, confia que a vitória por 2 a 1 de sábado será mantida. Mas lamentou a atitude do rival.

"O Palmeiras busca jogar de novo uma partida que perdeu. Tenta discutir [no tribunal] um acerto de arbitragem", diz Daniel Cravo, advogado do Inter e que tem até hoje para se manifestar sobre a impugnação do jogo.

Anteontem, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) acatou pedido do Palmeiras e pediu à CBF que não homologasse o jogo. A entidade colocou ontem um asterisco na pontuação do Inter na tabela da Série A.

A polêmica é por causa do gol de mão de Barcos. O árbitro Francisco Carlos Nascimento validou o tento, mas depois voltou atrás. A decisão, segundo tese palmeirense, teve ajuda externa (o que é proibido no futebol). Gerson Baluta, delegado do jogo, teria avisado ao quarto árbitro após consultar uma repórter da TV Bandeirantes.

"O Palmeiras alega que a decisão do juiz foi através do delegado da partida. O fato que o Inter conhece é que foi o quarto árbitro quem viu a infração", explica Cravo.

O caso envolve diretamente Inter e Palmeiras, mas, dependendo do desfecho, pode influenciar outros clubes.

"Essa briga não é só com o Inter. É com o Sport, o Bahia... Eles vão entrar no processo. A atitude do Barcos não tem implicação no jogo, tem no campeonato", diz Cravo.

Os clubes nordestinos vão entrar no processo como terceiros interessados. O Bahia é o primeiro time fora da zona de descenso, enquanto o Sport briga para sair. São rivais diretos do Palmeiras (antepenúltimo colocado).

"A anulação da partida pode trazer prejuízo ao clube. Ao participar do julgamento, o Bahia vai fazer uma sustentação na defesa dos seus interesses para que seja mantido o resultado", disse Paulo Reis, advogado do clube.

BARCOS

O Inter ainda quer que Barcos seja julgado e vai denunciar o atacante argentino sob o argumento de que ele foi antidesportivo e antiético ao tentar enganar a arbitragem.

"A questão moral é passado. Se você assistir ao lance, vai perceber que a mão do Barcos não foi intencional, ele estava de olhos fechados quando acertou a bola. Ele sofreu pênalti, foi agarrado pelo Índio de um jeito que levantar o braço naquela situação era um ato mecânico", defendeu o diretor jurídico do Palmeiras, Piraci Oliveira.

Barcos, que não levou nem cartão amarelo na jogada, pode ser suspenso por até seis partidas caso condenado.