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Após pressão, maratona de NY é cancelada

ATLETISMO
Passagem do ciclone Sandy impede realização da tradicional prova, que resistiu até ao 11 de Setembro

DE SÃO PAULO

Além dos danos e destruição que causou, o ciclone Sandy foi responsável por um feito que nem os ataques terroristas de 11 de Setembro haviam produzido em 2001: cancelou a maratona de Nova York, que estava prevista para ocorrer amanhã.

A insistência de parte da organização da prova e da Prefeitura de Nova York pela sua realização dividira autoridades, moradores e até atletas. Mas, após intensa pressão, optou-se por cancelá-la.

Políticos, como James Molinaro, presidente do distrito de Staten Island -uma das áreas mais atingidas pelo ciclone-, e Liz Krueger, senadora que representa a região de Midtown, atacaram a manutenção da prova.

"Supus que [a maratona] havia sido cancelada", disparou Molinaro, antes de a notícia de que a corrida não seria realizada ser divulgada. "Meu Deus, o que houve aqui foi terrível, um desastre. Essa não é hora para desfile. Uma maratona é um desfile."

Outros questionamentos partiram de origens sem ligações políticas, como Mark Plaatjes, 51, ex-campeão de maratona, que participou da prova por diversas vezes.

"Acho que deveriam cancelar. Acho que toda a força da cidade deve ser direcionada a quem precisa, em vez de utilizá-la em uma maratona."

Até corredores ligados à prova haviam demonstrado sentimentos contraditórios.

"[A maratona] tira recursos e o foco que deveriam estar direcionados àqueles que precisam", diz Josh Maio, que desistiu da prova por causa de uma contusão, mas que orientaria outros 75 atletas.

Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, estava sendo duramente criticado pelos jornais locais por insistir em realizar o tradicional evento.

O "New York Post" estampou o título "Abuso de poder" ao se referir a três geradores de energia de 800 kilowatts cada um, que forneceriam luz à mídia que cobriria a prova.

Já o "New York Times" noticiou que os vizinhos e os integrantes dos serviços de emergência faziam objeção.

A avalanche de críticas forçou o prefeito e a organização a defender sua decisão. Bloomberg justificara que a maratona não desviaria bombeiros e policiais cuja missão era cuidar dos desalojados. Explicou que a eletricidade deveria retornar totalmente a Manhattan ainda hoje, o que iria desonerar os policiais.

"A cidade não pode parar", disse Bloomberg. Calcula-se que Nova York seria beneficiada pelo influxo de US$ 340 milhões (R$ 690 milhões).

No fim da tarde de ontem, prefeitura e organização da prova divulgaram um comunicado no qual confirmaram o cancelamento da corrida.

"[A maratona] se tornou uma fonte de controvérsia e dividiu [a cidade]. Não queríamos uma nuvem sobre a prova ou sobre seus participantes, por isso a cancelamos."


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