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Perto do título, Flu naufraga nas contas
SÉRIA A Enquanto faz campanha impecável no Brasileiro, clube tem dívida de R$ 400 mi e sente falta de um CT
Perto de conquistar mais um Brasileiro, o Fluminense vive uma situação singular.
O time carioca faz a melhor campanha desde o início da fórmula atual da competição com 20 clubes e amarga fragilidade nas finanças.
Para vencer o Brasileiro com três rodadas de antecedência, a equipe precisa vencer o Palmeiras, em Presidente Prudente, e torcer por um tropeço do Atlético-MG diante do Vasco no Rio.
Com nove pontos de vantagem para o rival, o Fluminense faz campanha incontestável dentro de campo.
Os cariocas só perderam três partidas no campeonato e precisam de apenas seis pontos nos próximos 12 em disputa para superar a campanha do São Paulo de Muricy Ramalho em 2008 (que somou 78 pontos).
Se não perder hoje, o time treinado por Abel Braga conseguirá outra marca histórica: terminará o torneio invicto diante dos paulistas.
Até agora, venceu oito partidas e empatou outras três.
Financiado pelo dinheiro da Unimed-RJ, na mais longa parceria em atividade no futebol brasileiro, o time conta com jogadores caros como Fred, Deco e Diego Cavalieri.
A folha salarial do clube é de cerca de R$ 7 milhões por mês -a maior parte paga com recursos da patrocinadora.
A dívida soma hoje R$ 400 milhões. Atletas e técnico não contam com centro de treinamento e trabalham no acanhado campo das Laranjeiras, sede social do clube.
"Para se ter sucesso no futebol, é importante ter dinheiro, capital humano e estrutura. Sabemos que não temos tudo isso. Por isso, priorizamos o capital humano. Se você só tiver estrutura, não vai chegar tão longe assim", acredita o presidente do Fluminense, Peter Siemsen.
De acordo com o último balanço financeiro do clube, o time tricolor teve o menor crescimento de receita (4% de 2010 para 2011) entre os 14 que mais faturam no país, passando de R$ 77 milhões para R$ 80 milhões.
A bilheteira também mostrou uma queda em 2011. Diminuiu 52% em um ano. O clube ganhou apenas R$ 3,4 milhões -dinheiro que não bancaria o salário de Fred por seis meses. Do time atual, só Wellington Nem foi revelado na categoria de base.
"O importante é que estamos equacionando as nossas dívidas", diz Siemsen. "O objetivo é crescer a estrutura, ter CT e estádio próprios."
