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Alonso se diz desapontado e orgulhoso
F-1 Espanhol destaca corrida de recuperação e lamenta ter dependido do resultado de Vettel para ser campeão
A tarefa de Fernando Alonso era a mesma com a qual ele se acostumou a temporada inteira. Após largar de uma posição ruim no grid, recuperar-se e subir ao pódio.
O espanhol, de novo, a cumpriu com maestria. Saiu em sétimo e terminou em segundo lugar em Interlagos.
Mas a conquista do terceiro título mundial não dependia apenas dele. E o piloto da Ferrari repetiu isso diversas vezes após a corrida, como quem quer se convencer.
"Foi mais ou menos o que a gente queria. Mudanças de condições e uma corrida muito difícil. Foi uma das mais difíceis provas que eu disputei. Você sentia a cada volta que estava usando o pneu errado", afirmou Alonso, 31.
"E não podemos controlar o que os rivais fazem. Precisávamos de uma combinação estranha [de resultados] porque ver a Red Bull fora dos oito primeiros não é fácil. Estávamos esperando um pequeno milagre", completou.
O espanhol, apesar do desapontamento, dizia estar tranquilo e orgulhoso por ter lutado pelo título até a última prova da temporada.
Quando Vettel bateu, na primeira volta, a Ferrari avisou a Alonso pelo rádio que o rival estava em último lugar. "Falaram que estava em último, mas se fosse 11º, 12º não ia ser muita coisa. Você tem que se acalmar e ficar tranquilo", afirmou o piloto.
"Essa foi a coisa mais difícil da corrida. Você tinha que manter o carro na pista, sobreviver a cada volta."
Àquela altura, o espanhol era o quinto colocado e precisava ficar pelo menos em terceiro para ser campeão se o rival não pontuasse -terminar entre os dez primeiros.
Se tivesse vencido pela primeira vez a corrida do Brasil, Alonso teria saído de Interlagos com o troféu. Desde que foi bicampeão em 2005/2006, o piloto perdeu a disputa pelo título nas três vezes em que teve chances de conquistá-lo: em 2007, Kimi Raikkonen levou a melhor, em 2010, Vettel venceu pela primeira vez e, ontem, voltou a ganhar.
Alonso avalia que só não chegou em situação mais confortável ao GP em Interlagos por causa de acidentes na temporada. Na Bélgica, Romain Grosjean "atropelou" seu carro. No Japão, o espanhol e Raikkonen bateram.
"Não tivemos problemas com o carro, de direção. O que temos de fazer é voltar iguais em 2013 porque melhor não dá", afirmou o piloto espanhol, que acredita que a Ferrari precisa ser mais veloz nos treinos classificatórios.
Ele também elogiou o trabalho de Felipe Massa no desenvolvimento dos carros e a ajuda que ele lhe deu na pista. Ontem, o brasileiro cedeu ao companheiro o segundo lugar no pódio na 62ª volta.
"Se lutei até a última corrida pelo título sou grato a ele também."