Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Mundial deste ano mostra que nova era de duelos está apenas no começo

FÁBIO SEIXAS COLUNISTA DA FOLHA

Eram 16h31 em Interlagos. Chovia uma chuva fina. Vettel concedia entrevistas para TVs e rádios ali perto do pódio, bem ao lado da torre de controle de Interlagos.

Alonso apareceu e, semblante derrubado, cara de quem havia acabado de sair de uma batalha, foi direto para o rival. Para um abraço.

Cinco títulos juntos, num abraço, após uma temporada de 20 corridas, oito vencedores diferentes, sete pilotos fazendo poles e sete trocas na liderança do campeonato entre quatro competidores.

Somos saudosistas. Falamos de quem lembramos -Senna, Piquet, Emerson, Prost, Mansell, Lauda- e até de quem nunca vimos correr -Fangio, Clark, Brabham.

Deveríamos ser mais realistas. Porque deve ser mais saudável. E porque, ao menos na F-1, a realidade sorri, o presente merece ser tão curtido quanto o passado.

Não existe explicação, mas acontece de vez em quando: pilotos geniais dividindo uma mesma pista, uma mesma corrida, lutando por um mesmo campeonato. E com coadjuvantes em ótimos papéis.

Foi o caso de 2012.

Alonso já ocupava a condição de gênio. Todos no pad-dock já o colocavam no rol dos grandes. Vettel entrou para o grupo ontem -conquistar o terceiro título seguido aos 25 anos é uma marca que, desconfio, nunca será batida.

Aproveitou, ainda, para calar aqueles que o acusavam de só se dar bem quando larga na frente. Em Abu Dhabi, largou em último, ganhou posições, caiu para último novamente e terminou a corrida em terceiro. Ontem, sob chuva, despencou novamente para o fim do pelotão, sobreviveu a problemas no Kers, a um buraco na carenagem, a um cabo solto e à quebra do rádio. Fez o suficiente e terminou em sexto lugar.

Mas o Mundial deste ano ainda teve o veterano Schumacher, o resgatado Raikkonen, o arisco Hamilton, o gentleman Button, o sofredor Massa, o maluco Kobayashi, os inconsequentes Maldonado e Grosjean. Ganhou um novo circuito, sensacional, no mercado que é uma obsessão para a categoria, os EUA.

Não precisávamos ter visto, é verdade, as malandragens da Ferrari na interpretação do regulamento. Mas, neste enredo, a equipe italiana não se incomoda de fazer o papel de vilã. Parece gostar.

O abraço de Alonso e Vettel, na chuva fina ali perto do pódio de Interlagos, durou uns três segundos. A era de duelos está apenas no começo. Ambos são jovens, ainda devem ficar muito tempo no pedaço. O futuro da F-1 promete ser ainda melhor que o passado e o presente.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página