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a terceira invasão

Todo mundo vai

Terceira invasão corintiana exige mais gastos e malabarismos para ver o time do outro lado do mundo

DE SÃO PAULO

Os telefones do consulado japonês em São Paulo começaram a tocar sem parar.

Em dois meses, a procura por vistos de curta estadia aumentou cinco vezes. Pacotes turísticos eram vendidos por pelo menos uma dúzia de agências, e a Fifa chegou a reforçar o sistema de segurança de seu site para suportar a demanda por ingressos.

Assim começou o roteiro da excursão corintiana em busca do bi do Mundial. O torneio começa hoje, às 8h45 (de Brasília). O Sanfrecce Hiroshima, do Japão, enfrenta o Auckland City, da Nova Zelândia. São possíveis rivais corintianos na semifinal.

Como no Brasileiro de 1976 e no Mundial de 2000, ambos no Rio de Janeiro, ninguém sabe com antecedência quantos corintianos participarão da invasão ao Japão. Entretanto devem ser muitos.

Fifa e clube estimam 20 mil torcedores, pouco perto dos 95 mil que, somados, estiveram nas invasões no Rio, mas impressionante pela distância e pelos custos da viagem.

"Não podemos falar individualmente dos participantes, mas falando apenas de Corinthians tivemos muitos ingressos comprados", respondeu à Folha o comitê organizador local do torneio.

"Pelo que sabemos, os torcedores do Corinthians já alugaram de 70 a 80 ônibus, mais do que o dobro do número que alguns dos clubes têm reservado nos últimos anos", afirmou o comitê.

NÚMEROS

O pacote mais barato da CVC, a agência oficial do clube, saía por US$ 5.000

(R$ 10,5 mil) e logo se esgotou. A empresa informa que foram vendidos 2.000 pacotes do Mundial no Japão.

Alguns são mais otimistas, como o diretor de marketing, Ivan Marques, que arrisca 40 mil torcedores (sendo 20 mil que moram no exterior).

Luis Paulo Rosenberg, vice-presidente, é mais contido: diz achar difícil chegar a 20 mil, justamente pelo fator financeiro. Há, ainda, a colônia brasileira no Oriente.

Como porto seguro para quem vai ao Japão, há uma filial da Gaviões da Fiel, principal organizada do clube.

Números palpáveis só os do consulado, que precisou de autorização do governo para divulgá-los. Em outubro e novembro, emitiu 6.800 vistos a mais do que a média normal do período -isso apenas na capital paulista.

"Os loucos que vão ao Japão" passaram a aparecer na mídia e em redes sociais. Empresas sorteavam pacotes, programas de TV faziam gincanas e agências patrocinavam ex-jogadores. Ricos e pobres davam tudo o que tinham para conseguir viajar.

Fabrício Gabini, 29, de Salvador, é cadeirante e comprou ingresso direto da Fifa. Esse é um dos fatores que dificultam a estimativa de corintianos no Japão, pois a entidade não detalha as vendas.

Ele obteve o bilhete, porém descobriu que precisaria de tíquete específico para o setor de pessoas com deficiência. Quando conseguiu, o passaporte ficou preso no consulado dos EUA.

"Minha família toda, que também vai ao Japão, conseguiu o visto, e eu não", diz Gabini, tetraplégico desde os 14 anos. Ele protestou até receber o documento. E vai.

"Todo mundo vai", diz o taxista Roberto Brandi, 26, que gastará R$ 9.000, deixará de ganhar R$ 5.000 pelo táxi parado e se juntou a 11 amigos. Daniel Ybarra, 26, é advogado, e sairá de Paris. "Conheço dez pessoas que também vão."

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1976
70 mil pessoas torcem pelo Corinthians na semifinal do Campeonato Brasileiro. Milhares saem de São Paulo, tomando a Via Dutra e as ruas da capital fluminense. No Maracanã, praticamente dividem ao meio as arquibancadas do estádio com os torcedores adversários. O jogo contra o Fluminense termina 1 a 1, e os corintianos fazem a festa da torcida nos pênaltis. Na decisão, o Internacional levou a taça

2000
Mais de 200 ônibus com torcedores organizados levam os corintianos para ver a final do Mundial de Clubes contra o Vasco, no Rio de Janeiro. A polícia até tenta impedir, mas alguns deles conseguem chegar à zona sul carioca, entram no mar, fazem festa, mas também se envolvem em confusões. No Maracanã, cerca de 25 mil espectadores torcem pelo Corinthians na conquista do primeiro título mundial


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