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Trombadas colocam jovens em alto risco

FUTEBOL AMERICANO Médico estima em cerca de 3 milhões de concussões no esporte mais popular dos EUA

Joel Silveira/Folhapress
Sem equipamentos, garotos jogam futebol americano em escola em São Caetano do Sul (SP)
Sem equipamentos, garotos jogam futebol americano em escola em São Caetano do Sul (SP)
ÉDER FANTONI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Segundo o USA Football, órgão que cuida do futebol americano amador nos EUA, cerca de 3 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos praticaram o esporte neste ano. Mas os números podem não ser tão positivos.

Professor da Universidade de Medicina de Boston, Robert Cantu lançou em outubro o livro "Concussions and Our Kids" (Concussões e nossas crianças). Na obra, o autor recomenda que jovens de até 14 anos não deem trombadas no futebol americano.

Segundo o médico americano, nem todos com esta idade estão preparados o bastante para a intensidade do esporte, classificado por ele como uma "prática muito perigosa para os jovens".

"A razão pela qual estipulei os 14 anos de idade é dar uma base no sentido de ter um momento certo para começar a aprender o esporte. Nem todo jovem está amadurecido aos 14 anos e você encontra crianças com crescimento atrasado", afirmou Cantu por telefone à Folha.

De acordo com um estudo do médico, estima-se que há cerca de 3 milhões de concussões reconhecidas no esporte juvenil dos EUA.

Na maioria delas, resultado de uma trombada no futebol americano. Mas, para cada concussão reconhecida, há sete ou oito desconhecidas, pois a maioria não é informada. Deste modo, podem chegar a 20 milhões por ano.

"É importante reconhecer que a juventude é mais vulnerável. Os cérebros dos jovens são mais suscetíveis a sofrer lesões por conta dos pescoços grossos e cabeças grandes. Isso coloca os jovens em alto risco", disse Cantu.

Crianças e adolescentes tendem a se recuperar mais lentamente de uma lesão cerebral e os sintomas duram por mais tempo. Além disso, batidas com frequência na cabeça podem impedir um desenvolvimento cognitivo.

"Pode ter efeitos não desejados na área da visão e da audição. Também pode causar problemas no que diz respeito às emoções, como por exemplo, perda no domínio dos impulsos, além de depressão, ansiedade e ataques de pânico", resumiu Cantu.

Apesar do alerta, o futebol americano é o esporte favorito nas escolas do país. Segundo pesquisa da Federação Nacional de Associações do Ensino Médio dos EUA, mais de um milhão de adolescentes praticaram o esporte entre 2011 e 2012, o dobro do segundo esporte, o atletismo.

"Estamos falando de um grupo que precisa de uma maior proteção e, mesmo assim, capacetes não são garantias de segurança. Por isso que jogar esse esporte como ele é, deve ser feito numa outra etapa", afirmou Cantu.


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