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Cadeirante vai sentir a falta do 'calor humano'
DE SÃO PAULOSe largar às 15h sob um sol escaldante era um martírio para os deficientes físicos da São Silvestre, a antecipação da largada especial para as 6h50 deixará uma sensação de abandono aos para-atletas nas ruas de São Paulo.
"Para o cadeirante, o horário é bom porque o dia ainda estará amanhecendo, e a temperatura, mais baixa. Por outro lado, vamos perder o calor do público que sempre nos incentivou. Quem vai levantar às sete da manhã para ver a corrida?", questiona Jaciel Paulino, 39.
Tricampeão da prova, o cadeirante que mora em Santos (cidade do litoral paulista a 72 km da capital) vai antecipar a viagem a São Paulo para o dia 30 para não ter de acordar tão cedo para a competição.
"A vantagem é que vou conseguir voltar mais cedo para passar a virada do ano em casa. Nos outros anos, a gente pegava trânsito e só chegava às 21h, cansado, para se arrumar e ir para a praia", conta Paulino.
Neste ano, ele participará pela oitava vez da prova. Com gasto anual de R$ 3.000 só com a troca dos pneus da cadeira de rodas, financiada por patrocinadores, o para-atleta lamenta que desta vez não haverá pódio para a categoria.
"Ficamos de lado na premiação. Espero que isso mude", critica. (FL)