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TCU vê fraude em programas esportivos

POLÍTICA ESPORTIVA
Mais de R$ 150 milhões gastos em projetos estão sob suspeita de terem sofrido desvios

DIMMI AMORA BRENO COSTA DE BRASÍLIA

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta irregularidades em programas esportivos que receberam ao todo R$ 150 milhões via Lei de Incentivo ao Esporte, legislação que autoriza empresas a descontarem no Imposto de Renda recursos repassados aos projetos.

Entre 2007 (ano da criação da lei) e 2009, a verba abasteceu cerca de 350 projetos. Numa amostra de 30 casos analisados, os técnicos do tribunal apontaram irregularidades em todos eles.

Segundo o tribunal, entre os problemas identificados estão falhas na prestação de contas, fraudes em pagamentos e até repasses de verba a eventos que tiveram patrocínio, o que a lei proíbe.

Para o Athina Onassis, de hipismo, e o LPGA Tour, de golfe, foram repassados, indiretamente, cerca de R$ 10 milhões de dinheiro público.

No caso do torneio de golfe, o incentivo fiscal ajudou a bancar uma premiação de US$ 500 mil.

No Athina Onassis, a Federação Paulista de Hipismo, além do patrocínio privado, também vendeu mesas para a competição, ao valor de R$ 22 mil cada uma.

De acordo com o TCU, tanto o LPGA quanto o Athina Onassis foram eventos de alto padrão, que contaram com hotéis de luxo, bufês sofisticados e até aluguéis de carros.

O tribunal apontou que este tipo de gasto indica "aplicação irregular e antieconômica de recursos públicos em projetos que não atendem aos pressupostos da Lei de Incentivo ao Esporte".

O resultado da investigação aponta ainda para a mesma lógica já observada em outro tipo de repasse de recursos para projetos esportivos: os convênios com ONGs em que o ministério repassava dinheiro do orçamento para essas instituições.

As irregularidades apuradas nesse tipo de repasse culminaram com a queda do ex-ministro Orlando Silva e na faxina do órgão, em 2011.

O TCU encontrou também irregularidades no gasto de recursos recebidos por meio da lei de incentivos.

As ONGs Instituto Capella Áurea, de São Paulo, e CIEC (Centro de Integração Esporte e Cultura), de Brasília, captaram cerca de R$ 1,5 milhão de empresas para projetos esportivos, e o órgão apontou problemas na prestação de contas, com suspeita de desvio de recursos.

Apesar das irregularidades encontradas, os ministros do Tribunal de Contas da União entenderam que a legislação era muito nova e não puniram nenhum dos gestores do Ministério do Esporte.

Foram determinadas somente mudanças nos procedimentos internos do órgão para que os problemas não se repitam e a abertura de investigações para retomar o dinheiro que fora aplicado de maneira irregular.


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