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Paulo Vinícius Coelho

Aprender a vencer

Assim como fez o Corinthians num passado recente, o Palmeiras precisa de calma e paciência

O presidente do Corinthians era Andres Sanchez e sua sala recebia um grupo de conselheiros, em fevereiro de 2011. Estavam irados. Cada um com seu argumento afirmava que Tite tinha de ser demitido. Três dias antes, o Corinthians havia sido eliminado pelo Tolima e no dia seguinte enfrentaria o Palmeiras, líder do Paulistão antes da sétima rodada.

Andres escutou a todos, antes de pedir a opinião do único dos presentes que permanecia mudo: "Chefe, se demitir o Tite e continuar a bagunça atual, daqui a dois meses você vai demitir outro treinador".

Tite permaneceu no cargo.

Dez dias depois, Ronaldo, Roberto Carlos e Jucilei não estavam mais no Corinthians.

Histórias relacionadas à derrota para o Tolima vão aparecer mais vezes para explicar como e quando o Corinthians mudou, parou de pensar com a canela, passou a decidir com a cabeça.

O Palmeiras ainda não viveu sua semana de arte moderna. As cornetas gritam pela negociação de Barcos desde sexta retrasada. Só não se manifestaram nas arquibancadas, na estreia da Libertadores, contra o Sporting Cristal. Nelas, apoio total.

Mas, no dia seguinte, já havia notícias de conselheiros pedindo a cabeça de Brunoro, pela negociação de Barcos. "Não há absolutamente nada disso", garante Paulo Nobre.

A gritaria existiu, mas na raia miúda, sem chegar às brigas políticas pela eleição do conselho deliberativo. Boatos anônimos surgem na vida do Palmeiras com facilidade. Não importa se o ex-presidente Mustafá Contursi falou ou se está tranquilo -e está. Dá-se voz àquilo que ultimamente se convencionou chamar de mustafistas. Eles não têm nome nem sobrenome. Sabe-se apenas que foram vistos com as mãos próximas às calças do ex-presidente Mustafá. Como os que ordenavam a Andres Sanchez demitir Tite, só são importantes calados.

O episódio Barcos criou uma crise desproporcional. Mais importante que a contratação de outro centroavante, obrigatória sem o ex-ídolo, era diminuir a febre. Vencer o Sporting Cristal ajudou. Mas hoje tem clássico contra os campeões mundiais.

Desde 1995, o Corinthians não perde para o Palmeiras no Pacaembu -sete vitórias e três empates. Desde o último clássico no Morumbi, em 2008, o Palmeiras não ganha na cidade de São Paulo. Nos últimos dois anos, desde a reunião na sala de Andres Sanchez, houve sete clássicos, dois empates, uma única vitória do Palmeiras, em Presidente Prudente. Tite ganhou quatro.

Quando o grupo que hoje dirige o Corinthians começou a tomar corpo, em 2006, o diretor-financeiro, Raul Corrêa, respondeu por que sonhavam transformar o clube: "Queremos que nossos filhos e netos não sejam palmeirenses nem são-paulinos".

O Corinthians aprendeu a ganhar, mas isso exigiu calma, paciência. Dois artigos que o Palmeiras tenta adquirir.


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