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Diretor de organizada preso foi dono de loja de fogos
BERNARDO ITRI DO PAINEL FCPreso na Bolívia acusado de participar da morte de Kevin Espada, 14, o tesoureiro da Gaviões da Fiel, Tadeu de Macedo Andrade, foi proprietário de uma loja de fogos de artifício no Jardim Brasil, na zona leste de São Paulo.
A empresa, chamada Oliveira Andrade Bazar e Papelaria Ltda, ainda consta aberta na Junta Comercial de São Paulo. A reportagem foi ao local em que a firma está registrada, mas ela não está mais em funcionamento. De acordo com vizinhos, está inativa há cerca de um ano.
A casa onde funcionava a loja de Tadeu agora abriga uma igreja evangélica.
O objeto social da Oliveira Andrade na Junta Comercial diz que é um comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos.
Ricardo Cabral, advogado que defende Tadeu e os outros 11 corintianos, diz que ele não faz mais parte da sociedade há quatro anos, desde quando assumiu o posto de dirigente da principal organizada do Corinthians.
Por ter uma firma de fogos de artifício aberta em seu nome -mesmo que inativa-, Tadeu tem facilidades na compra de produtos, de acordo com a Associação Brasileira de Pirotecnia.
"Quem tem documentação de uma loja pode comprar fogos direto da fábrica, em atacado, coisa que outras pessoas não podem", relata Anderson José, vice da Assobrapi.
Cabral admite que todas as compras feitas pela Gaviões passam por Tadeu, inclusive a de fogos utilizados pela torcida em festividades. "O Tadeu, por ser tesoureiro da Gaviões, é quem autoriza tudo o que é comprado", explica.
O advogado diz que a compra de fogos feita pela organizada é informada à polícia.
Dentro da Gaviões, há o temor de que o fato de Tadeu possuir em seu nome uma empresa de fogos de artifício, ainda que ela esteja inativa, prejudique-o no inquérito.
Tadeu é um dos homens fortes da torcida organizada.
Há a expectativa de que a confissão do jovem de 17 anos, que afirma ter feito o disparo que matou o torcedor boliviano Kevin, apresse a liberação dos 12 corintianos detidos na Bolívia.
