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Paulo Vinícius Coelho

A vida não é fácil

Pato joga livre e o time trabalha para ele, mas o atacante deveria retribuir mais o esforço dos colegas

Pato interrompeu uma das preleções de Tite deste ano e perguntou se deveria voltar para compor o meio de campo quando perdesse a bola: "Não!", disse Tite. Em seguida, o técnico explicou: "Eu só quero que atrapalhe o zagueiro quando você perder a bola".

A vida é muito fácil para Pato. O Corinthians até mudou taticamente para recebê-lo. Em vez do 4-2-3-1, com um meia atrás do centroavante, o novo sistema tem duas linhas de quatro homens e Guerrero voltando um pouco mais do que seu colega de ataque para compor o meio-campo. Pato joga livre e o time trabalha para ele.

Contra o Santos, poderia ter feito mais do que isso. Um golzinho...

A vida é mesmo muito fácil para Pato. Algumas vezes, toca na bola como se sentisse nojo. Num toque desses deixou Guerrero na cara do gol contra o Millonarios.

A palavra nojo funciona como figura de linguagem. Melhor dizer que a vida também lhe sorri quando toca na bola. Jogar para ele também é muito fácil! Deveria ser mais fácil transformar a beleza de seu futebol em números, mais gols, mais assistências.

Segundo Tite, o time vai trabalhar para ele. O justo é que Pato retribua. "Você vai devolver com técnica", disse o treinador, depois de lhe apresentar um vídeo com imagens de seus jogos no Milan, na tal palestra.

Pato tem jogado bem, mas não o bastante para ser assunto.

Ontem, não retribuiu. Jogou 81 minutos e ofereceu menos do que pode. A melhor chance do Corinthians nasceu de um passe de Ralf para Renato Augusto. O meia, que tem jogado bem, chutou por cima.

AULA DE HISTÓRIA

Pato jogou protegido até pelo posicionamento de Guerrero. O peruano voltou mais para o meio de campo que o brasileiro (veja ilustração). Neymar teve posicionamento menos confortável. Jogou por dentro, com Cícero à esquerda, Montillo aberto pela direita, André de centroavante.

Incrível como as duas linhas de quatro têm se tornado regra no futebol brasileiro. O Santos, o Corinthians, os melhores times têm duas linhas e atacantes enfiados -4-4-2 à inglesa.

Há dois anos, Adílson Batista foi demitido dizendo que Neymar deveria jogar assim. Mano Menezes caiu na seleção dizendo que Neymar deveria jogar assim.

Neymar sai da ponta esquerda dia após dia. Muricy o escalou ontem como atacante centralizado, perto de André, à frente dos quatro do meio, atrás do centroavante.

Nas aulas de história, a função se chama ponta de lança. Era assim, pouco atrás do centroavante, que se posicionavam Pelé, Zico e Maradona. O termo caiu em desuso. Muitos perguntam o que significa.

Neymar tem jogado assim, de ponta de lança. Pato, quando inverte com Guerrero, também.

No empate ontem, não faltou se posicionar assim. Faltou jogar de maneira mais eficiente.

FINAL INUSITADA

Nos últimos anos, sempre que o Botafogo perde um jogo de meio de campeonato, a torcida cobra o técnico. Daí o acerto da diretoria em manter Oswaldo de Oliveira. O treinador e o elenco têm mais experiência que o Flamengo. Esse fato foi premiado ontem na semifinal da Taça Guanabara.

PRESSÃO

Antes de ser internado, o presidente Luis Alvaro garantiu que não há razão para dizer que Muricy corre risco. Há gente no Santos que pensa diferente. O time não joga bem desde a fase final da Libertadores-12. Para Laor, é preciso esperar até o fim do Paulista antes de pensar em mudar.


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