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Crítica Comédia

'Adeus Berthe' arrisca fazer rir de lado menos óbvio da morte

Perda da avó faz protagonista ficar indeciso entre o casamento e a amante

DO CRÍTICO DA FOLHA

Com a morte não se brinca. Do mesmo modo, outras perdas são temas comuns a dramas feitos para emocionar, já que a maioria acha desrespeitoso ou de mau gosto rir do que faz sofrer.

"Adeus Berthe: O Enterro da Vovó" arrisca-se a mostrar o outro lado, menos óbvio, dessas experiências, com uma graça distinta do pastelão, recurso mais comum nas comédias de humor negro.

O diretor, Bruno Podalydès, aclamado pela crítica francesa, mas quase desconhecido pelo público brasileiro, reúne-se mais uma vez com Denis Podalydès, seu irmão, corroteirista e protagonista de quase todos os seus filmes.

Denis vive Armand, um farmacêutico e mágico nas horas vagas que recebe a notícia da morte da avó e fica indeciso entre manter um casamento estável e sem graça e se entregar ao assédio da amante voluptuosa (Valérie Lemercier, deliciosa).

Enquanto a crise sentimental ecoa a morte da avó, cujo funeral provoca impasses cômicos, Armand tenta lidar com a progressiva ausência do pai, vítima de Alzheimer. Em meio a tudo, o celular invade a realidade com torpedos que atiram a seriedade na direção contrária.

A face nonsense de Denis Podalydès serve com perfeição a seu papel de âncora nas situações em que a falta de lógica e o absurdo aproximam o filme do humor surrealista, provocando um riso mais de estranhamento do que gargalhadas.

As camadas de subversão, contudo, dependem muito dos diálogos, repletos de expressões de duplo sentido e jogos de palavras. São divertidos em francês, mas podem não funcionar para quem nunca tira o olho das legendas.


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