Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Maestro exalta o parceiro e a grande musa

Burt Bacharach e o letrista Hal David escreveram 31 singles de sucesso gravados pela cantora Dionne Warwick

Compositor diz que já escreveu canções em congestionamentos e que escuta todos os gêneros, até hip-hop

DO EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Brill Building é um prédio em Nova York que, ao longo das últimas décadas, abrigou escritórios de compositores, gravadoras, agentes e produtores musicais. Foi lá, na década de 1950, que Burt Bacharach conheceu Hal David.

"Todo mundo tem encontros marcantes, que mudam sua vida para sempre. Eu e Hal tivemos um desses", conta Bacharach, com voz pausada. David (1921-2012) escreveu a letra de dezenas de músicas da dupla.

Nascido em Kansas City, Missouri, em 1928, e criado em Nova York, Bacharach foi para a Califórnia estudar música. De volta a Manhattan, começou a trabalhar em estúdios e a acompanhar turnês até encontrar David e passar a compor regularmente.

Bacharach e seu parceiro criaram 48 canções que entraram na lista dos dez singles mais vendidos nos Estados Unidos. De suas mais de 500 composições, 73 figuram entre as 40 mais vendidas, um recorde absoluto.

É fácil escrever uma canção? "Leva muito tempo e demanda conhecimento técnico, mas a inspiração conta, e chega a você de diferentes maneiras. Já criei linhas melódicas assobiando no meu carro, no meio de um congestionamento demorado."

Bacharach não concorda quando alguém se refere a ele como um homem que compõe canções para cantoras. "É uma impressão que as pessoas têm por causa de nosso trabalho com Dionne Warwick. Eu e Hal escrevemos mais de 20 músicas que ela lançou com sucesso." Na verdade, Warwick gravou 31 singles com músicas da dupla.

O primeiro foi "Don't Make Me Over", em 1962. É possível montar um "greatest hits" de Bacharach apenas na voz dela. Entrariam nessa lista, entre outras, "Anyone Who Had a Heart", "(They Long to Be) Close to You", "Walk on By", "(There's) Always Something There to Remind Me" e "I Say a Little Prayer".

Bacharach elogia as várias cantoras com quem trabalhou, além da musa Dionne, como Dusty Springfield, Karen Carpenter, Anne Murray e Petula Clark. Mas faz questão de lembrar os cantores que gravaram canções suas.

"Grandes vozes! Tom Jones, Johnny Mathis, Neil Diamond, Ron Isley e, claro, B.J. Thomas", elenca o compositor. Thomas gravou "Raindrops Keep Fallin' on My Head", tema do filme "Butch Cassidy & The Sundance Kid", que deu a Bacharach um de seus três Oscar.

As trilhas sonoras foram praticamente um feudo de Bacharach. Emplacou sucessos seguidos, de "What's New Pussycat?" (1965), com Tom Jones, a "Arthur" (1981), com Christopher Cross.

Elvis Costello, seu parceiro mais frequente de composições nos últimos anos, abriu a cabeça de Bacharach para novos gêneros. O maestro diz que escuta discos de hip-hop --trabalhou recentemente com o rapper Dr. Dre.

Bacharach lança em maio a autobiografia, "Anyone Who Had a Heart", contando inclusive do casamento com a atriz Angie Dickinson nos anos 1960, quando eram um tipo de Brad & Angelina.

Burt Bacharach no Brasil é chance rara de ver boa parte da história da música pop em uma noite.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página