Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

PARA TODOS

Festival de Cannes termina equilibrado com a vitória do francês 'La Vie d'Adèle', sobre casal de lésbicas, e prêmios para sete filmes diferentes

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Enquanto milhares de franceses protestavam nas ruas de Paris contra a lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovada há uma semana, o 66º Festival de Cannes concedia a Palma de Ouro ao francês "La Vie d'Adèle" (a vida de Adèle), sobre a descoberta sexual de duas jovens lésbicas.

"Não foi uma decisão política", se esquivou Steven Spielberg, presidente do júri neste ano, sobre a escolha do drama dirigido pelo franco-tunisiano Abdellatif Kechiche. "O casamento gay não entrou em nossas discussões, mas o filme passa uma importante mensagem e é uma profunda história de amor."

Segundo Kechiche, o filme sobre a paixão de uma adolescente (Adèle Exarchopoulos) por uma jovem artista plástica (Léa Seydoux) fala do "encontro entre dois seres humanos". "Não disse homem ou mulher porque poderia acontecer com qualquer sexo".

"Não sabemos o que captura o olhar de Adèle. Pode ser a luz do sol, a beleza da pessoa. Estava interessado em entender como um instante pode mudar para sempre a vida de dois seres humanos."

A relação é tão intensamente retratada pelas atrizes que o júri, ao conceder o prêmio, falou em "três grandes artistas". "Ficamos fascinados pelo trabalho dessas duas atrizes capturadas por um diretor sensível", disse Spielberg sobre a dupla, que atua em cenas de sexo explícitas.

"As sequências são corajosas, e espero que o longa seja permitido nos EUA." O filme deve chegar ao Brasil no segundo semestre.

De resto, a divisão de prêmios seguiu linha igualitária. Sete filmes saíram da noite de ontem vitoriosos --não houve nenhum vencedor com dois prêmios. O segundo mais importante, o Gran Prix, foi para "Inside Llewin Davis", dos irmãos Coen. Os Estados Unidos levaram também o de melhor ator --Bruce Dern, de "Nebraska", de Alexander Payne ("Os Descendentes").

Bérénice Bejo, que ganhou como melhor atriz por "Le Passé" ("O Passado"), do iraniano Asghar Farhadi, foi favorecida pela vitória de "La Vie d'Adèle", já que havia perdido o favoritismo para as atrizes do drama gay.

Dois outros favoritos venceram: o japonês "Like Father, Like Son", de Hirokazu Kore-Eda (prêmio do júri), e o chinês "Tian zhu Ding" (melhor roteiro). A única surpresa foi a escolha de melhor diretor. Amat Escalante, de "Heli", sobre família afetada pelo tráfico de drogas, não foi bem recebido pela crítica. Trajetória similar à do também mexicano Carlos Reygadas, que ganhou no ano passado por "Post Tenebras Lux" --e é produtor de "Heli".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página