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Análise

Sexo, violência e drama familiar foram tendências neste ano

PEDRO BUTCHER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para além da chuva e dos roubos de joias que ocuparam os jornais locais, a 66ª edição do Festival de Cannes apontou tendências curiosas.

A primeira: o sexo, que nos últimos anos se tornou motivo de pânico para produtores e distribuidores que temem o rótulo de "pornô", ressurgiu em cenas gráficas e francas.

Primeiro, com frieza em "Jeune et Jolie", de François Ozon, depois, de forma explosiva em "La Vie d'Adèle", de Abdellatif Kechiche, sobre uma adolescente que se apaixona por outra mulher, que levou o prêmio principal.

Michael Douglas e Matt Damon fizeram mais do que trocar afagos em "Behind the Candelabra", sobre a relação do pianista Liberace com um homem mais novo. O prêmio de ousadia no quesito sexo gay vai para "L'Inconnu du Lac", de Alain Giraudie. Além da "pegação", trouxe uma das propostas estéticas mais instigantes do festival.

A violência marcou presença, seja no realismo apelativo de "Heli", de Amat Escalante, ou na estetização radical de "Only God Forgives", de Nicolas Riding Refn. Seu uso mais potente apareceu em "A Touch of Sin", recriação de episódios brutais amplamente noticiados na China contemporânea, que marca reviravolta na carreira do grande cineasta Jia Zhang-ke.

As possibilidades dramáticas da vida em família também foram um dos motes. Em "Le Passé", Asghar Fahradi recorreu novamente à incomunicabilidade para criar um suspense familiar; em "Nebraska", Alexander Payne extrai interpretações comoventes de Bruce Dern e Will Forte como pai e filho; e em "Un Chateau en Italie", Valeria Bruni Tedeschi recria um período conturbado, quando perdeu o irmão. O melhor veio do Japão, terra de Yasujiro Ozu. "Like Father, Like Son", de Hirozaku Kore-eda, acompanha duas famílias vítimas troca de bebês, sem cair no modo escândalo.

Por fim, a música. Os irmãos Coen e Jim Jarmusch, com dois dos melhores filmes da competição, apresentaram visões muito pessoais de suas paixões musicais: os primeiros, em "Inside Llewyn Davis", sobre a cena alternativa country de Nova York dos anos 60, o segundo, em "Only Lovers Left Alive", com um bem-humorado filme de vampiros embalado pelo rock alternativo.


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