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Diretor apresenta olhar mordaz sobre cenário curitibano

Três peças montadas em São Paulo revelam o perfil de Marcos Damaceno, jovem artista da capital paranaense

"Espasmo", espetáculo com texto de Gabriela Mellão, encerra sessões amanhã e sexta, no Sesc Consolação

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Existe, entre os artistas de Curitiba, uma espécie de cultura da depreciação, diagnostica Marcos Damaceno, uma das figuras mais atuantes no cenário teatral da cidade.

"Autofagia aqui é quase uma doença. Mas não é só no meio artístico que as pessoas têm esse hábito de falar do trabalho alheio. Curitiba, por exemplo, tem uma rua apelidada de Boca Maldita", resume, referindo-se a um ponto histórico próximo à rua Luiz Xavier, no centro da cidade.

Damaceno aponta as "qualidades" de sua cidade como quem identifica algo de interessante --ou de produtivo, ao menos. Para ele, o excesso de senso crítico e uma certa melancolia infiltram-se pela literatura local como fertilizante, dando origem a seus mitos, Paulo Leminski (1944-1989) e Dalton Trevisan entre eles.

Dentro desse espectro, seu trabalho como diretor e dramaturgo traça caminhos na penumbra ou com luzes frias, algo que poderá ser conferido em São Paulo com a exibição de três peças: no Cit-Ecum entram em cartaz "4h48 Psicose" (dia 15) e "Árvores Abatidas ou Para Luís Melo" (dia 14); e o Sesc Consolação exibe "Espasmo" (2013), com texto de Gabriela Mellão (colaboradora da Folha).

"Árvores Abatidas" toma como base a obra do austríaco Thomas Bernhard sobre um grupo de atores medíocres, reunidos em homenagem a um grande ator de teatro --a inserção do nome de Luís Melo ao título funciona como homenagem ao ator.

Escrito pela inglesa Sarah Kane (1971-1999), "4h48 Psicose" investiga um suicídio, e, com o passar do tempo, Damaceno descobriu que "há humor" na peça, o que determinou mudanças no tom dado à direção. Na estreia, em 2004, era mais lamuriosa.

Em diversos aspectos, "Espasmo" tem similaridades com "4h48 Psicose", pelo estilo fragmentário do texto, por estar centrado em uma figura feminina também.

Os três espetáculos têm participação de Rosana Stavis, mulher de Damaceno, uma das atrizes mais atuantes de sua geração em Curitiba. São peças intimistas, concebidas para serem encenadas em um espaço ao fundo da casa onde eles vivem.


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