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Crítica - Coletivo

Segundo filme de convidados da Mostra supera o anterior

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

A ideia de Leon Cakoff e Renata de Almeida de aproveitar os sempre ilustres convidados da Mostra Internacional de Cinema para realizar pequenos trabalhos e depois reuni-los em longa alcança resultado mais elaborado em "Mundo Invisível" do que no anterior, "Bem-Vindo a São Paulo" (2004).

Isso em parte acontece porque o conceito de "invisibilidade" é vago, logo oferece mais possibilidades do que o de "olhar sobre a metrópole".

Outra vantagem é que a maioria dos que assinam "Mundo Invisível" compartilham ideais e dúvidas em relação ao império da imagem, ao que esta mostra e ao mesmo tempo esconde ou apaga.

Nos brevíssimos curtas de Angelopoulos e Guy Maddin, o formalismo autoral se depara com um material bruto: uma pregação evangélica na estação Sé, um dia de Finados no cemitério da Consolação. Em ambos, a banalidade do fato se expande, distorce, delira, tornando-se matéria plástica e sugestiva.

Oliveira e Wenders partem da deficiência (auditiva e visual) para tecer fábulas sobre a vida moderna, em que tudo ficou tão ao alcance, enquanto nós paradoxalmente nos tornamos surdos e cegos.

Atom Egoyan, Jerzy Stuhr e a dupla Beto Brant e Cisco Vasques assinam os episódios mais anômalos e provocativos. Neles, o visível não é mais que restrição. O que a imagem capta é sobra, resíduo. Fora dela, no avesso dela, eliminado dela, existe um excesso, uma abundância de segredos, de coisas a dizer. Um mundo, em suma.


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