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Circense usa quadro de Dalí em cena

"La Verità", espetáculo acrobático do ítalo-suíço Daniele Finzi Pasca, tem a tela "Tristan and Isolde" ao fundo

Encenador também codirigiu "Corteo", montagem do Cirque du Soleil em cartaz em São Paulo até 21 de julho

DE SÃO PAULO

O ítalo-suíço Daniele Finzi Pasca acha que, "do outro lado do mundo", existe um diretor de circo com o nome exatamente igual ao seu.

"Não compreendo por que estão atrás de mim. Um dia vão se dar conta de que procuravam outra pessoa para dirigir esses espetáculos", diz, antes de mencionar os últimos convites que recebeu.

Nascido em Lugano, cidade no sul da Suíça onde se fala italiano, Pasca estudou artes circenses e desenvolveu linguagem que o aproximou do teatro dramático.

Por sua vocação para criar plasticidade em cena, foi chamado a assinar a codireção de "Corteo" (2005), espetáculo do Cirque du Soleil hoje em cartaz em São Paulo.

Para o ano que vem, o diretor e palhaço tem outra encomenda de fôlego: as cerimônias dos Jogos Olímpicos de Inverno, na Rússia.

A maior surpresa, no entanto, diz, foi o convite para usar uma tela de Salvador Dalí em um de seus espetáculos.

A tela tem nove por 15 metros, chama-se "Tristan and Isolde", pertence a uma coleção particular e foi produzida em 1944 como fundo de palco para "Mad Tristan", um balé apresentado no Metropolitan Opera de Nova York.

Com a tela em mãos, Pasca concebeu "La Verità" em parceria com as companhias brasileiras XYZ Live e Nau de Ícaros (veja ao lado).

De olhar sereno e voz quase sussurrada, ele fala da vontade de retornar à linguagem acrobática pura, depois de dedicar-se a "Donka "" Uma Carta a Tchékhov", projeto com mais texto do que pessoas de cabeça para baixo. A peça passou pelo Brasil em 2010, 2011 e no ano passado.

Para falar de sua trajetória, ele usa metáforas e exemplos triviais. "Se uma criancinha descobre o equilíbrio, isso eu já considero um gesto acrobático. São meses para achar uma posição do pé e sair andando."

Criar em cima de uma obra de Dali, para ele, é uma responsabilidade. Para sentir-se à vontade, prefere não entrar em questões acadêmicas. "O tempo é como um vaso que se quebra; historiadores tratam de colar os cacos. Como clown, o que faço é reunir pedacinhos para contar outra história."


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