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Processo de criação do roteiro é semelhante ao de séries dos EUA

DE SÃO PAULO

O processo de criação dos filmes "Antes do Amanhecer" (1995), "Antes do Pôr do Sol" (2004) e "Antes da Meia-Noite" (2013) encontra paralelo em séries de TV dos EUA e nos filmes que acompanham a vida do personagem Antoine Doinel, de François Truffaut.

No caso da saga romântica, o diretor Richard Linklater, 52, e a dupla de atores Ethan Hawke, 42, e Julie Delpy, 43, fazem um simulacro das famosas salas de roteiristas de séries norte-americanas: as ideias são debatidas à distância e depois, pessoalmente, num "quarto fechado", às vésperas das filmagens.

"Descartamos 95% de tudo o que é discutido [durante a elaboração do roteiro]. É um processo natural, como nas salas de criação de comédias. Se um não ri, você já joga fora a ideia", diz Linklater.

As conversas não necessariamente redundam em diálogos ou cenas para o filme: tratam de assuntos pessoais, amigos, meio ambiente e política, por exemplo.

"Não saberia escrever sobre maternidade se já não tivesse vivido isso. Esse filmes não são autobiográficos, mas são impregnados por nossas vidas de muitas maneiras", afirma Delpy.

O exaustivo processo de roteirização facilita as filmagens ("Antes da Meia-Noite" foi rodado em 15 dias na Grécia) e chegou a ser indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado, para "Antes do Pôr do Sol", em 2005.

"Apesar de as atuações parecerem improvisadas, é um roteiro estritamente seguido. Para mim, cinema é construção, e o resultado final ao qual quero chegar é a espontaneidade", afirma o diretor.

O amor romântico do primeiro filme envelheceu junto com os personagens e os próprios atores --o título "Antes da Meia-Noite" faz referência, segundo Hawke, ao momento do dia em que a pessoa pode se dedicar a si mesma após colocar os filhos para dormir.

A trajetória de amadurecimento se assemelha à do francês Jean-Pierre Léaud e de seu personagem Antoine Doinel (garoto rebelde em "Os Incompreendidos", de 1959, e marido em crise em "Domicílio Conjugal", de 1970).


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