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Análise

Sensacionalismo tem hoje a sua concorrência maior na web

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Na última sexta, depois de um dia inteiro de vídeos e relatos que expuseram a violência da Tropa de Choque, na internet, José Luiz Datena e Marcelo Rezende surgiram inconsoláveis, na TV aberta.

Esforçaram-se em repetir a defesa costumeira da PM, falando dos baixos salários, mas sem convicção.

Estavam acuados sobretudo pelas evidências on-line, que até citaram aqui e ali, mas também por que a PM havia atacado, além dos manifestantes, jornalistas.

No dia anterior, ao vivo, Rezende já havia tomado a defesa da classe no "Cidade Alerta". "Para que isso nos fotógrafos? Eu duvido que o governador há de concordar com essa atitude exagerada."

Datena só foi entrar no assunto no "Brasil Urgente" de sexta. "Era necessário meter bala na cara de quem não era baderneiro?", perguntava. "Pode ser jornalista."

Juntos, os dois somam três décadas como animadores de programas policialescos. Carregam glórias como a narração de um suicídio e a entrevista exclusiva e dramatizada com um "serial killer".

Estão acostumados a imagens de violência extrema, mas não da polícia, da qual ambos dependem para preencher suas muitas horas diárias de programação.

Os vídeos que mais marcaram a cobertura da manifestação de quinta-feira não surgiram nem no "Cidade Alerta" nem no "Brasil Urgente", mas no YouTube.

Um deles, do Portal do PSTU, mostra a Tropa de Choque no meio da rua da Consolação, cruzamento com Maria Antônia, atirando para todo lado, a começar por fotógrafos e cinegrafistas.

Outro vídeo, de autenticidade discutível, mas repercussão ainda maior, flagra um PM quebrando a janela de sua viatura, supostamente para simular um ato de vandalismo dos manifestantes.

Imagens assim corroem, aos poucos, a rotina cansada do sensacionalismo.


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