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Longa traz 'anos loucos' de Paulo Coelho

Cinebiografia 'Não Pare na Pista', com estreia prevista no primeiro semestre de 2014, busca passado mais obscuro de autor

Produtores querem fazer de filme, orçado em R$ 12,5 milhões, 'enorme no Brasil e grande no exterior'

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

Existe um Paulo Coelho bem conhecido --o escritor campeão de vendas, celebridade internacional, autodeclarado mago-- e um outro mais obscuro, que ficou num passado cheio de aventuras e traumas, sexo, drogas, rock'n'roll e magia negra.

É esse Coelho dos "crazy years", como ele próprio define, que chegará às telas no primeiro semestre de 2014, em "Não Pare na Pista".

"O filme vai esclarecer muito sobre a vida dele", diz o ator Júlio Andrade, que interpretará Coelho adulto --o adolescente será vivido por seu irmão, Ravel Andrade.

"Há os momentos emblemáticos da vida do cara, como o encontro com o Raul [Seixas], a internação, a prisão, passa por quase tudo. Vai levantar a moral dele, e ele merece", diz o ator, que volta a um personagem real após o Gonzaguinha de "Gonzaga: De Pai para Filho".

Coprodução entre Brasil e Espanha, orçada em R$ 12,5 milhões (R$ 4 mi via Lei do Audiovisual), "Não Pare na Pista" --título de uma música de Coelho e Raul-- quer ser uma das maiores cinebiografias nacionais de todos os tempos.

"Minha expectativa é que seja enorme no Brasil e muito grande em territórios no exterior", diz Iôna de Macêdo, uma das produtoras, que estima um público "entre 2 e 4 milhões [de espectadores]".

A outra produtora é Carolina Kotscho, roteirista de uma das mais bem-sucedidas biografias do cinema nacional, "Dois Filhos de Francisco" (2005). Ela também escreveu o filme sobre Paulo Coelho e diz que o tom dos dois filmes está tão distante quanto o rock do sertanejo.

"Dois Filhos' era uma história singela, pedia uma estrutura simples. Aqui, é um personagem maluco, intenso, são muitos num só. Eu tinha de chegar numa estrutura que combinasse com ele."

O longa acompanha Coelho dos 16 aos 40 anos, de forma não linear, e salta para "uma viagem ficcional e mágica pelo Caminho de Santiago, que começa no futuro, em 2017, e volta no tempo, até que se encontra com a biografia", segundo a apresentação enviada à Ancine (Agência Nacional do Cinema).

Além de incluir personagens fictícios criados por Coelho, a roteirista condensou figuras da vida dele, como suas primeiras namoradas, representadas pela personagem da espanhola Paz Vega.

"Ela une todas as mulheres que se apaixonaram e sofreram por ele", diz a atriz. "Mostra como ele não soube corresponder o amor que recebeu de várias mulheres, até encontrar Christina [Oiticica], com quem continua junto."

O filme será dirigido por um estreante em longas de ficção, Daniel Augusto, que substitui Daniel Rezende -- montador de "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", que teve de desistir devido aos atrasos do novo "Robocop", de José Padilha.

"Espero que o filme ajude a repensar a obra do Paulo", diz Augusto, mestre em literatura pela USP. "Gostaria que quem não conhece a vida dele nem leu seus livros seja informado."

O sentimento é ecoado pelo intérprete do escritor. Júlio Andrade diz que Coelho é injustiçado no Brasil. "Principalmente na classe artística, percebo isso. Quando falei que ia viver o Paulo Coelho, vi certo preconceito. As pessoas vão na onda, nunca leram nada dele. E ele foi um cara que botou o Brasil lá em cima."


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