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Astrud Gilberto canta Tom Jobim e Caymmi em disco da coleção
'Dindi', 'Só Tinha de Ser com Você' e 'Água de Beber' estão no CD
Uma canção de Dorival Caymmi e dez de Jobim, que também colaborou com arranjos e tocou violão. Mais o piano de João Donato. E a voz de Astrud Gilberto. Tudo isso está no volume 14 da Coleção Folha Tributo a Tom Jobim.
O primeiro disco solo da cantora, "The Astrud Gilberto Album", gravado nos Estados Unidos em janeiro de 1965, vai às bancas no próximo domingo, dia 7 de julho.
Como aponta o jornalista Lauro Lisboa Garcia, autor do livro da coleção, a bossa nova permitiu aos cantores desdramatizar a canção, e abriu espaço às vozes pequenas, porém expressivas, como as de Astrud Weinert --que tomou o Gilberto do marido, João, com quem ficou casada entre 1958 e 1963.
"A mais perfeita constituição de cantora de bossa nova", definiu-a Vinicius de Moraes em um texto publicado em novembro de 1964.
Mas elogios não a compraram e Astrud permaneceu uma presença rara no cenário musical. Gravou poucos discos e quase não fez shows, especialmente no Brasil. Há décadas mora nos Estados Unidos, onde ajudou a popularizar "Garota de Ipanema".
Foi o registro na voz dela --no álbum "Getz/Gilberto", de 1964-- que fez da parceria de Jobim e Vinicius de Moraes um standard do século 20.
O über sucesso não aparece no disco que sai agora pela coleção. Em compensação, temas que já eram conhecidos no Brasil foram vertidos ao inglês, como "All That's Left Is to Say Goodbye" ("É Preciso Dizer Adeus"), "How Insensitive" ("Insensatez") e "Dindi".
Apesar de ser voltado ao mercado dos EUA, canções em português também aparecem, como "Só Tinha de Ser Com Você", "Água de Beber" e "O Morro (Não Tem Vez)".
A única canção do disco não composta por Jobim foi a bela "And Roses and Roses", letra em inglês de Ray Gilbert para a original "...Das Rosas", de Dorival Caymmi. A faixa também aparece em "Caymmi Visita Tom", de 1965.
